quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O Presidente dos EUA vai nú

Com a divulgação do relatório da CIA em que são descritas as formas de violência praticadas contra prisioneiros considerados "terroristas", o Presidente Obama reconheceu públicamente que "agimos contra os nossos princípios". É uma confissão importante, pessoal, como norte-americano responsável pela condução do país, por isso "foi nú". Mas não foi uma auto-crítica como Presidente da maior potência imperialista, pois nada referiu das consequência dessas práticas terroristas contra prisioneiros estrangeiros, supostamente vinculados a grupos que ameaçam a paz mundial, que constituiram provas "forjadas" de que nações como Afeganistão, Iraque, Líbia, Egito, e tantas outras do Oriente Médio e norte de África, deveriam ser invadidas com o apoio da OTAN.

As revelações sobre o caminho imperialista nos últimos anos têm se sucedido com grande frequência, constituindo matéria da mídia internacional que já não pode negar as evidências tantos milhares de vezes reveladas por organizações políticas de esquerda e associações democráticas com fins humanistas. O asilo a que se submeteu Assange na embaixada do Equador tornou-se também um meio de comunicação sobre as pérfidas manobras da CIA utiliza para controlar as redes de internet consideradas livres. Ele diz hoje que a "Google é mais poderosa que o Vaticano", e ninguém duvida pois, na realidade, todos já sabiam ou desconfiavam de que a comunicação por internet passa sempre pela vista da CIA e servem ao domínio imperial.

O trágico diante de todas estas revelações, é que pessoas como o Presidente norte-americano e outros aliados preferem andar singelamente nús para ganharem o "caminho do céu" sem perderem o do inferno que abrem como políticos alimentando guerras e chacinas. Contam sempre com a possibilidade farisaica de pedirem perdão depois.

As notícias divulgadas por organismos da ONU são gravíssimas: "Pelo menos 21 milhões de seres humanos no planeta sofrem novas formas de escravatura, denunciaram esta segunda-feira, 01/12/2014, especialistas das Nações Unidas em direitos humanos, considerando que é necessário vontade política para combater o flagelo.

Entre as formas mais comuns desta escravatura dos tempos modernos conta-se o trabalho nas minas e explorações agrícolas, a exploração sexual e vários trabalhos na economia paralela.
As mulheres e crianças do sexo feminino representam a maioria dos que se encontram em situação idêntica aos antigos escravos, afirmou a relatora especial para as Formas Modernas de Escravatura, Urmila Bhoola, ao apresentar uma declaração a propósito do Dia para a Abolição da Escravatura, que se assinalou no dia 02/dezembro

Segundo a jurista sul-africana, as estatísticas sobre este flagelo não incluem os 168 milhões de menores submetidos ao trabalho infantil, metade dos quais em trabalhos perigosos, o que revela bem a dimensão do problema.

Na declaração conjunta subscrita pela relatora Bhoola, pelo relator especial para a Venda e a Exploração Sexual de Crianças, Maud de Boer-Buquicchio, e pela relatora especial para o Tráfico de Pessoas, Grazia Giammarinaro, exige-se que os estados cumpram as suas obrigações face às leis internacionais sobre direitos humanos e se empenhem mais para eliminar o flagelo da nova escravatura. Os três especialistas pedem ainda que as negociações em curso para fixar a agenda de desenvolvimento sustentável após 2015 tenham em conta a erradicação deste flagelo".

Mas nem todos os crimes imperiais podem ser visíveis. Os países subdesenvolvidos, do terceiro mundo, agora chamados de "em desenvolvimento", têm a sua moeda amarrada ao comando financeiro do império e obrigam-se a fazer os seus orçamentos sob a fiscalização dos Bancos que distribuem créditos conforme o interesse do Mercado Mundial. Todo o sistema financeiro obedece ao império, que é um invasor invisível com leis próprias acima das Constituições nacionais. Pelo aumento do desemprego, pelo aumento de impostos e redução de salários, pela exclusão social e sacrifício dos idosos, pela miséria que alastra negando a qualidade de vida às crianças e jovens que se formam sem apoio social, depois pedirão perdão e mandarão flores aos enterros.

Basta de exploração! Que os cínicos governantes enfrentem os problemas sem cometerem os crimes contra a humanidade. Não há perdão para os que se protegem com falsas confissões.

Zillah Branco