sexta-feira, 14 de julho de 2017

Lula é um herói na história do Brasil




As nações em fase de colonização têm o povo no papel de heróis. A justiça, a liberdade, a fraternidade, a honra, permanecem na base empobrecida da sociedade acalentada pela capacidade de sobreviver sem apoios e manter a esperança para os seus filhos.

Lula, galgou os degráus do poder demonstrando ao mundo que o caminho da emancipação nacional tem início na superação da fome e da miséria em que foi atolada a grande maioria das famílias dos trabalhadores. Seguiu um caminho que, na história da humanidade, foi criado por cristãos e comunistas primitivos.  Hoje é um exemplo admirado por todas as nações representadas na ONU.

Ao ser eleito Presidente da República, implantou um programa de Governo comprometido com o desenvolvimento das forças produtivas nacionais levando à todos os brasileiros as condições de cidadania: bolsa família - com a alimentação necessária; escolas em todo o Brasil profundo; saúde - em sistema universal; previdência social - com o reconhecimento de todas as funções profissionais; legislação do trabalho democrática; habitação com água e luz; estradas, caminhos, ruas transitáveis; segurança pública com respeito social; diálogo aberto com o empresariado nacional para que agissem como patriótas. Assim exerceu dois mandados dos quais saiu conservando mais de 80% do apoio popular.

Foi uma obra heróica realizada por um filho do povo brasileiro, reconhecida por mais de 50 milhões de eleitores. Despertou uma população adormecida durante 500 anos, vítimas de dominação colonialista seguida de poderes oligárquicos servís à forças estrangeiras. Tentou unificar pobres e ricos sob o compromisso da solidariedade, da justiça, da fraternidade, da honra de ser brasileiro. Elevou o conceito de patriotismo, de defesa do patrimônio nacional, de nação capaz de trabalhar ao lado das mais antigas e ricas do planeta, merecedora de respeito nos organismos internacionais, sem esquecer o seu papel solidário com todos os países latino-americanos e com os de outros continentes igualmente colonizados. Lula tornou-se um herói para todos os povos que lutam pela independências das suas nações!

Por isso foi condenado agora, sem provas, pelos esbirros golpistas que ocuparam o Governo e o Estado como assaltantes armados por um poder externo!

Ninguém governa sozinho um país! Lula recebeu a colaboração de muitos que se ocuparam da condução do sistema capitalista que domina o mundo ocidental e condiciona todo o mercado mundial. Na sua boa fé, Lula confiou aos lobos a defesa da economia nacional. E foi traído. Recebeu de braços abertos um Meirelles, conhecedor do sistema financeiro formado nos Estados Unidos, e depois foi seguido por vários colegas especializados em bancos na função de Ministros da Fazenda. Aceitou com entusiásmo a colaboração empenhada de um PMDB que durante a ditadura militar destacou-se na batalha pela democracia.

Foi ingênuo? Foi, mas isto é fruto da sua origem popular brasileira, de quem conheceu a tortura da fome e não pode estudar porque muito cedo foi trabalhar para o sustento familiar. Não é crime! Crime é a traição à Pátria, cometida pelos ilustres doutores que o apoiaram por ambição mesquinha e oportunista! Crime, é inverter o papel da Justiça que paga para que um ladrão denuncie um opositor político, que condena um herói da história brasileira para manter um golpista corrupto na posse do mais alto cargo do Governo.

Crime, é manter os invasores do Brasil distribuindo a riqueza nacional entre os seus amigos externos e destruindo a democracia que elevara o povo à condição de cidadania!
Crime, é fazer da política um jogo perverso de cartas viciadas que condena o Brasil à ser novamente colonizado e ter o seu povo escravo!

Diretas, Já! Para salvar a Pátria!

Zillah Branco

segunda-feira, 10 de julho de 2017

As ratoeiras do sistema capitalista

A luta contínua, permanente

Zillah Branco *

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Muitos acreditam na democratização do sistema capitalista vestido com suas fantasias populares. É verdade que ensaiam o sistema universal de saúde ou de escolas para todos. Vão atamancando soluções aparentemente copiadas do atendimento à elite mas sem recursos para atender todo o povo. Nomeiam profissionais de renome e atraem em número crescente os que aceitam as condições do serviço público, com menor remuneração e pior condição de trabalho, para estender democráticamente os benefícios do trabalho de médico ou professor.

No entanto, diante da avalanche de trabalho por profissional, reduzem o tempo de atendimento médico e aumentam o tamanho das salas de aula para o professor falar a dezenas de estudantes ao mesmo tempo. É claro que o cidadão não consegue transmitir as suas queixas em resumo para informar o médico nos escassos minutos disponíveis. Nem os alunos conseguem levantar dúvidas para penetrarem a matéria ensinada. Por melhor que seja o médico ele só poderá receitar diante dos exames que o cidadão vai fazer ao longo de meses de espera, porque também os equipamentos estão assoberbados de trabalho. Por melhor que seja o professor, ele não consegue conhecer os alunos para adaptar as suas aulas aos ouvintes e vai se esfalfar para ler as provas de centenas de alunos desconhecidos.

Evidentemente cai a qualidade dos trabalhos, cansam o povo nas filas de espera e os alunos sem orientação pedagógica. Os profissionais dedicados ao atendimento "democrático" vêm-se como robôs diante de um tapete rolante por onde passam velozmente criaturas necessitadas que não têm tempo para conhecer. Os clientes morrem sem tratamento, os alunos mal se alfabetizam.

Então começam a surgir clínicas privadas de luxo e escolas particulares com ofertas de cursos complementares atraentes, que cobram caríssimo mas fazem algum desconto para o Estado (que lhes facilitou o terreno e perdoou impostos para que alí se fixassem) poder usar os seus serviços suprindo as carências dos serviços sociais públicos. É a resposta dos grandes grupos que comandam o capital, ao que se pretendeu ser um apoio social democrático. Fica claro o jogo político em que o Estado, que vai buscar nos constribuintes os financiamentos dados aos grandes grupos, e com as conquistas populares que terão de ser reconquistadas com movimentos populares unidos nas ruas.

As contradições no sistema capitalista, entre o desenvolvimento das forças produtivas que inclui a formação culturam e a defesa da saúde dos cidadãos, contra a ambição de acumulação de riquezas pela elite poderosa, são insuperáveis. A luta social permanente dos trabalhadores pelos seus direitos assegura um relativo equilíbrio entre exploradores e explorados que formam a sua consciência de classe e superam as suas carências com o apoio das estruturas sindicais e partidárias. É uma longa caminhada para não se deixar vencer pela minoria patronal.

As duas classes mantêm a esperança na vitória que será alcançada com o fim dos abusos pelo poder instituido e o uso da força militar, e pela consciência humanista de solidariedade que se clarifica.

As contradições no sistema capitalista são imensas! Por exemplo, no futebol é comum ouvir-se um técnico afirmar que formou um bom jogador para ser "vendido" por seu clube para quem paga milhões e garante um salário milionário para o jogador em outro país, o que engrandece o seu país de origem. Mas existe uma legislação para evitar o tráfico de humanos!

Assim, com a manipulação das leis, exportam capitais para paraisos fiscais, corrompem funcionários do Estado para desviar recursos, destroem empresas nacionais para favorecer concorrentes estrangeiros, controla o sistema judiciário para favorecer amigos e culpar inimigos políticos. Quem manda e detem o poder financeiro faz da pátria o que quiser, inclusive destruí-la. Não existe maior contradição quando uma elite empurra o Estado contra os cidadãos!

Mas o povo pensa, e na medida em que se fortalece pela união e conhece os seus direitos de cidadania, sabe que a Pátria lhe pertence. Então luta, por ela e pelos seus!

Fora Temer e sua quadrilha! Diretas, Já!

Zillah Branco

domingo, 2 de julho de 2017

O capitalismo fantasia-se de socialismo



Inegável o êxito da Revolução Socialista de 1917, que institucionalizou grandes conquistas da humanidade - liberdade de pensamento; igualdade de direitos para gêneros, etnias, opções religiosas, classes sociais; condições de habitação, ensino, saúde, previdência social; combate à exploração humana; defesa dos direitos de cidadania; associação sindical - definindo um Estado democrático.

O sistema capitalista, durante o século XX foi adotando os títulos das conquistas em grandes cartazes propagandisticos e em textos legislativos, mas sem levar à prática os princípios enunciados. A democracia de fachada só era semi-atendida quando os protestos organizados por partidos de esquerda e os sindicatos exigiam através de grandes mobilizações populares e greves que paralizam a produção. A diferença essencial entre os dois sistemas é que o socialismo revolucionário atende os interesses dos povos e a independência nacional, enquanto que o capitalismo só vê as vantagens dos lucros e do poder financeiro entregues à propriedade privada.

Com a queda da União Soviética, que se tornou uma potência cultural, científica e econômica, capaz de competir com os Estados Unidos que dominava políticamente todos os países capitalistas, os povos em luta perderam o apoio para defenderem os seus direitos nacionais e de cidadania. Surgiu, com a globalização, o poder financeiro unificado para acumular capital, manter elites nas sociedades e impor a austeridade às populações trabalhadoras.

Esta unificação do poder financeiro deu origem a governos nacionais incapazes de defender o desenvolvimento nacional e de seus povos, por incompetência ou subordinação ao comando externo. Proliferaram as invasões de países independentes onde havia grandes reservas de minérios e petróleo cobiçadas pela liderança capitalista que fomenta a indústria da guerra, de armas e químicos. Com os programas de austeridade impostos pelo FMI no âmbito do neoliberalismo que destrói as economias nacionais e fomentando o turísmo e os impostos em lugar das forças produtivas desempregadas, foram empobrecidas as nações servindo de palco para as elites circularem como magestades servidas por profissionais empobrecidos e robotizados.

A robotização dos cidadãos empobrecidos, manipulada por uma cultura midiática imbecilizante, retira-lhes a independência, o pensamento próprio, a coragem de lutar coletivamente, tornando-o um escravo passivo da exploração sistêmica.

O grande incêndio em Portugal, em Pedrógão Grande em Junho de 2017, revelou que na Europa, onde o Estado existe há mil anos, ocorre o mesmo que se repete nos Estados Unidos, anos após anos devido a tufões, cheias ou incêndios, que matam ou expulsam as populações de várias regiões: o Estado não protege devidamente a sua população, com o mesmo empenho com que defende o capital dos bancos e dos seus gestores ou o pagamento da dívida externa contraída em nome do povo. Da mesma maneira o cáos gerado pelo golpe de Fora Temer empobreceu o Brasil e leva o país e seu povo à ruina, apesar de existir uma Constituição e leis para os defenderem. Fica tudo no papel porque os responsáveis não se movem.

A perda de confiança nas instituições, nos serviços do Estado, generaliza-se somando o que ocorre por meio da corrupção organizada pelo imperialismo para destruir a nascente democracia que desponta em países do terceiro mundo, onde os poderes legislativos, executivos e judiciário, perdem a confiança do povo empobrecido, desempregado, sem recursos para tratar a saúde e estudar, morando em favelas ou nas ruas, cercado por gangues do crime organizado.

Os governos produzem legislações e comissões de estudo, e a acção fica no papel como se a gestão da vida nacional pudesse ser apenas literária. Diante de um acidente natural ou uma acção criminosa chega tarde sempre, decide com contradições no terreno, desconhece a realidade dos que vivem e sofrem. Enterra os mortos. Depois faz a contabilidade dos prejuizos, reformula os orçamentos para compensar o desastre material, é apenas o Tio Patinhas no poder. Desconhece a razão da vida humana.

Como disse Daniel Jadue, alcaide em Recoleta, no Chile, a nível municipal podemos fazer um governo comunal com a participação dos cidadãos. O Estado, como aparelho que é da classe dominante, não chega ali onde o índice per cápita é 1/10 do índice nacional.

Esta experiência existiu no Brasil durante a ditadura militar, em Boa Esperança no (ES), Piracicaba (SP), Anastácia (MG), Atibaia (SP), Brotas (SP), Cabo Frio (RJ), Campina Grande (PB), Cassilândia (MS), Criciúma (SC), Curitiba (PR) , Ilhéus (BA), Itabuna (BA), Itajaí (SC), Itú (SP), Jundiaí (SP), Juiz de Fora (MG), Matão (SP), Oeiras (PI), Olinda (PE),  Osasco (SP), Pelotas (RS), Penápolis (SP), Petrópolis (RJ), Rio Claro (SP), Rondonópolis (MT), Salto (SP), São Felix do Araguaia (MT), São Carlos (SP), São João da Boa Vista (SP), São Roque (SP), Tietê (SP), Toledo (PR), Uberlândia (MG), Vila Velha (ES), Viçosa (AL), e, na Europa (em várias nações) e, após a queda da ditadura de Salazar, nos Municipios e Freguesias no sul de Portugal no bojo do movimento revolucionário decorrente da Reforma Agrária de 1974/5.

O Estado capitalista não corresponde às suas bandeiras sociais porque não as aplica, é só propaganda de uma democracia de fachada. A defesa da população fica a cargo das famílias (responsabilizadas pela educação e saúde dos familiares), das acções de solidariedade (ou caridade) por associações religiosas ou populares e do movimento sindical ou político. As instituições sociais do Estado são pressionadas para exercerem as suas funções, pela participação da população em lutas lideradas por organismos políticos e sociais independentes.

Com a evolução histórica assinalada por movimentos revolucionários, o conhecimento objetivo que os povos adquirem da sua dependência em relação ao Estado, permite aos setores sociais libertos da miséria material e cultural, que a participação popular - através do voto, mas sempre atenta para exigir ações concretas - é determinante na construção de soluções para os problemas reais. Gradualmente caem as máscaras usadas pela elite dominante, dissolvem-se as falsas imagens atribuídas às instituições e leis inertes, desvendam-se os políticos como usurpadores ou representantes efetivos dos interesses do povo. O povo descobre que os cidadãos unidos na participação política são os agentes dinamizadores do desenvolvimento. O capital e as empresas serão os instrumentos, assim como o sistema de ensino e formação profissional.

A crise que hoje o Brasil enfrenta demonstra claramente que, para evitar o colapso político, social e econômico nacional, só a presença de todo o povo, unido, nas ruas à exigir "diretas, já!" Poderá salvar a pátria esquartejada pelos irresponsáveis do governo "Fora Temer" e camarilha.

Zillah Branco