sábado, 11 de outubro de 2014


Está em causa o processo de emancipação dos povos da AL

Zillah Branco *

A responsabilidade dos que atraiçoam um processo histórico - como o que ocorre no nosso continente e Lula introduziu no Brasil - por razões pessoais, de ambições mesquinhas, de incapacidade de ver que o coletivo é mais importante que as transitórias teorias inspiradas nas doces palavras dos que sempre pertenceram à elite servida por legiões de escravos para que pairem acima do povo oprimido, é a maior e mais imperdoável que um cidadão poderá suportar.


Não poderemos destruir o que foi construído pelos heróis que deram a vida para transformar gente abandonada em cidadãos e extrair dos seus valores, negados pelo analfabetismo e a humilhação impostas pelos poderosos, a força humana de soldados de uma luta revolucionária. Não podemos esquecer o significado da Coluna Prestes, de Antonio Conselheiro, da resistência à ditadura de 1964, de todas as batalhas da história brasileira que cimentaram o caminho da emancipação do nosso povo, assim como o exemplo de Fidel e Guevara e o apoio permanente da Cuba independente e de Hugo Chaves que trouxe o seu abraço entusiástico a Lula, o metalúrgico que foi empossado como presidente da República em 2003. A história é longa para ser aqui registrada, pois é a história de um processo de libertação dos seres humanos que foram colonizados e escravizados durante 500 anos e hoje convivem em pé de igualdade com as nações mais ricas do planeta.

Não podemos permitir que sejam traídas as lutas sofridas por tantos para que uma Marina Silva saísse da miséria para poder chegar ao Senado na equipe do PT e dali sair empolgada com os elogios por falar em defesa da natureza, como Obama declamando os discursos sobre a democracia. Ambos são hoje marionetes do imperialismo que se apresenta despudoradamente como defensor das causas populares - verdes e democratas - para receber o prêmio Nobel da Paz e desencadear uma terceira guerra mundial no Oriente Médio e na sofrida África, além de multiplicar as empresas que poluem o ar e aquecem todo o planeta sacudido por desequilíbrios climáticos.

Conclamamos os verdadeiros socialistas, que ainda se orgulham de Miguel Arraes como lutador que se sacrificou pelo povo sem pensar nas suas questões e simpatias pessoais, para que recordem a plêiade de camaradas do seu partido que soube criar como um único exército uma Frente Brasil Popular integrada com comunistas, cristãos, radicais ou ponderados, para fazer face à direita hoje representada pelo PSDB neoliberal; para que vejam a profundidade das conquistas democráticas alcançadas pelo Brasil nos últimos 12 anos e pela América Latina com a criação do Mercosul, da Celac, da Alba e o apoio a todas as nações irmãs que se levantam; para que não ponham em risco a longa luta tenaz e dura contra o poder imperialista que agora também os povos da Europa enfrentam para não serem colonizados ou destruídos por drones ou vírus pré-fabricados.

A luta é do povo, para a defesa do seu desenvolvimento humano e cidadão, não é um confronto entre personalidades orgulhosas dos seus valores pessoais e das ambições mesquinhas de poder.


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