domingo, 20 de março de 2016

A classe média se divide

Diante da ameaça de golpe, imperialista e universal, representado por esbirros que galgaram posições políticas criadas por alianças governamentais para atender os interesses da classe média no Brasil, Lula assumiu heroicamente o seu papel de defensor do Brasil no governo de Dilma.

Como disse, "estava tranquilo no canto" tentando gozar o merecido repouso do guerreiro com a sua família e tratando da saúde, quando foi atacado traiçoeiramente pelo ódio de quem não suporta que "pobre seja gente, com igualdade de direitos de cidadania".

A classe média é hoje, em todo o mundo, a grande massa que engole desde os trabalhadores sem profissão definida até novos ricaços que passeiam nos seus jatinhos.

O sistema capitalista teve necessidade de combater a classe operária definida no século XIX, que se organizou em fortes sindicatos para conquistarem uma legislação de trabalho pondo fim às várias formas de escravidão. Este movimento deu origem à formação de partidos comunistas e outros também de esquerda que passaram a exigir dos governos a democracia dando início ao aparecimento dos sistemas de saúde e de educação gratuitos dos Estados capitalistas.

A classe média pobre luta, contando os tostões e poupando para poder formar os filhos um degrau acima dos pais. Muitos conseguem manter os princípios éticos com que foram criados e seguem com dificuldades financeiras mas a cabeça levantada pela honestidade pessoal e a solidariedade com a luta social por melhores condições de vida; outros, formados pela mídia imperial e outras instituições universais que manipulam a consciência popular, abandonam os princípios éticos e são corrompidos pelo sistema do capital e do consumismo - estes sobem de elevador a escala social prestando vênias ao patronato explorador e ocupando cargos para os quais não tem formação, ou elevam-se em helicópteros falando inglês para servir a patrões estrangeiros.

Lula ao ser eleito afirmou que lutaria para que todos os pobres no Brasil tivessem três refeições por dia e que a classe média pudesse comprar eletrodomésticos e viajar de avião pelo Brasil. Generoso como é não pensou que há pessoas mal formadas que aceitariam os benefícios distribuídos pelo Estado Social e exigiriam os privilégios dos ricos que o sistema capitalista mantem.

O resultado foi que desde 2002, as ações a favor dos mais pobres e contra as formas de discriminação social (Bolsa Família, quotas para frequentarem universidades, baixo custo de transportes urbanos, merenda escolar, refeições populares, casa própria, etc) começaram a ser boicotadas pelos desonestos infiltrados nas estruturas de poder e combatidas pelos que se colocaram ao lado da oposição política. Hoje, com os elevadores e os helicópteros parados com a crise financeira do capitalismo, vêm-se nas manifestações contra Dilma e Lula, os patrões batendo em novíssimas panelas de aço inox, patroas saídas dos tratamentos de beleza carregando bandeiras e suas empregadas e empregados domésticos transportando faixas reacionárias, além dos protegidos devidamente corrompidos para lutarem contra a democracia. É o lado podre da classe média, que sempre se omite na hora da luta por melhores condições de vida para todos e só aparece para defender os seus interesses pessoais.

No entanto, dentro da classe média formada eticamente, grandes personalidades trouxeram o seu apoio à luta contra o golpe e em defesa de Lula. Ofereceram ajuda profissional para o governo resolver as questões econômicas e financeiras que derivam da crise sistêmica e condenaram os abusos que têm ocorrido na área judicial. Esta é uma ajuda inestimável não apenas no plano profissional, mas sobretudo no exemplo de integridade humana e responsabilidade patriótica. É a demonstração de que a democracia precisa ser mantida a todo custo.

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