domingo, 25 de maio de 2014

Europa rica coloniza os parceiros pobres na crise do sistema imperial

Assusta a imagem que hoje o mundo dá, de uma nova forma de colonização, agora introduzida na Europa pela União Europeia e o imperialismo liderado pelos Estados Unidos, de autofagia dos mais pobres da Europa que antes foram impérios, mas dependentes dos vizinhos França, Inglaterra, e depois Alemanha e Holanda, que investiram nas suas próprias forças produtivas e nas instituições de Estados modernos servindo-se dos "descobrimentos" dos grandes navegadores de Portugal e Espanha. 


Assiste-se à venda das pátrias pelos governantes de turno com a destruição dos empregos e fontes de produção nacional, empobrecimento generalizado da população e emigração forçada da mão de obra já formada, deixando a perspectiva salazarista do "jardim à beira-mar plantado" e a oferta de ambiente histórico e bucólico com excelente culinária para atrair o turismo rico nas férias e os especuladores ligados ao setor financeiro globalizado.

A cobiça faz com que os governantes de direita aceitem o dinheiro vindo da China dirigida por um Partido Comunista, e cessem as constantes denúncias contra uma ideologia com meta socialista que procuram destruir, como o fizeram com a URSS. Para mercenários, dinheiro não tem ideologia e, apesar da grave crise sistêmica, acreditam que os chineses vão ajudá-los a salvar o capitalismo. Não só a China, mas os Brics, que antes eram escravizados e pagavam o dízimo pela espoliação considerada "civilizadora".

A China e a transição para o socialismo


Em Portugal e em vários países da África assiste-se à penetração econômica da China, como ocorre um pouco por todo o mundo em desenvolvimento. Primeiro foi o comércio de utilidades domésticas, roupas e calçados, em pequenas lojas. Agora são grandes espaços comerciais que já se tornaram indispensáveis à população que não tem meios para frequentar o comércio de produtos de famosas marcas de empresas multinacionais, que liquidaram a produção e o comércio tradicional português dentro do programa de modernização imposto pela União Europeia.

Mais recentemente tiveram início os investimentos chineses nas empresas nacionais privatizadas, como é o caso da EDP (eletricidade), assim como na aquisição imobiliária de grandes áreas urbanas em fase de recuperação do patrimônio histórico. Tal como tem feito na África, a China investe na criação de infraestrutura e impulsiona as fontes de produção tradicionais.

Marx escreveu em 1850, sob o título Deslocamento do Centro Gravitacional Mundial, onde aponta a corrida ao ouro californiano como uma transformação importantíssima que leva os países mais fortes a reorganizarem os objetivos comerciais:

Vamos agora ocupar-nos da América, onde sucedeu algo mais importante do que a revolução de Fevereiro [1848]: a descoberta das minas de ouro californianas. Dezoito meses após o acontecimento já é possível prever que terá efeitos mais consideráveis do que a própria descoberta da América. Ao longo de três séculos todo o comércio da Europa em direção ao Pacífico contornou, com paciência admirável, o cabo da Boa Esperança ou o cabo Horn. Todos os projetos de praticar uma abertura no istmo do Panamá falharam devido às rivalidades e invejas mesquinhas dos povos comerciantes.

Dezoito meses após a descoberta das minas de ouro californianas, os ianques começaram já a construir uma estrada de ferro, uma grande estrada e um canal no Golfo do México. E já existe uma linha regular de barcos a vapor de Nova York a Chagres, do Panamá a São Francisco, concentrando-se no Panamá o comércio com o Pacífico e deixando de se utilizar a rota do cabo Horn. O vasto litoral da Califórnia, com 30 graus de latitude, um dos mais belos e mais férteis do mundo, por assim dizer desabitado, vai se transformando rapidamente num rico país civilizado, densamente povoado por homens de todas as raças, do ianque ao chinês, ao negro, ao índio e ao mulato, do crioulo e mestiço ao europeu. O ouro californiano corre abundante em direção à América e à costa asiática do Pacífico, e os povos bárbaros mais passivos são arrastados para o comércio mundial e para a civilização.

Uma segunda vez o comércio mundial muda de direção. O que eram, na Antiguidade, Tir, Cartago e Alexandria, na Idade Média, Gênova e Veneza, e, até agora, Londres e Liverpool, a saber, os empórios do comércio mundial, serão no futuro Nova York e São Francisco, São João de Nicarágua e Leão, Chagres e Panamá. O centro de gravidade do mercado mundial era a Itália, na Idade Média, a Inglaterra na era moderna, e é hoje a parte meridional da península norte-americana.

Graças ao ouro californiano e à energia inesgotável dos ianques, os dois lados do Pacífico serão em breve tão povoados e tão ativos no comércio e na indústria como o é atualmente a costa de Boston a Nova Orleans. O oceano Pacífico desempenhará no futuro o mesmo papel que foi do Atlântico na nossa era e do Mediterrâneo na Antiguidade: o de grande via marítima do comércio mundial, e o oceano Atlântico descerá ao nível de um mar interior, como é hoje o caso do Mediterrâneo.

E termina prevendo: "É muito provável que o socialismo chinês se assemelhe ao europeu como a filosofia chinesa ao hegelianismo. Qualquer que seja a forma, podemos alegrar-nos com o fato de que o Império mais antigo e sólido do mundo tenha sido arrastado em oito anos, pelos fardos de algodão dos burgueses da Inglaterra, até a iminência de uma convulsão social que, qualquer que seja o caso, deve ter consequências importantíssimas para a civilização. E, quando os reacionários europeus, na sua já próxima fuga, chegarem enfim junto à Muralha da China, às portas que supõem abrir-se como fortaleza da reação e do conservadorismo, quem sabe se não lerão ali: República Chinesa - Liberdade, Igualdade e Fraternidade".

Assim escreveu Marx em 1850 a partir do seu método de observação e análise histórica do sistema político, econômico e social dominante. Nada mais atual neste confuso século 21 apesar da distância de 180 anos.

A China cria nova realidade mundial - o pensamento oriental


Ao contrário da cultura ocidental capitalista, a perspectiva oriental é totalizante ou holística, sem definir os limites da abrangência. Contraria os modelos e métodos que a cultura ocidental cultiva da sua herança medieval conservada ao longo dos séculos, apesar de terem sido abertos difíceis e sinuosos caminhos em várias áreas do pensamento (na arte, na ciência, na filosofia), que contrariavam o conservadorismo dominante.

Sempre os inovadores foram considerados rebeldes, revolucionários e perigosos, mas demonstraram a necessidade de liberdade de pensamento que permitia a abertura de portas flexíveis ao desconhecido sobretudo no século 19. Isto propiciou a abertura, com diferentes níveis de integração, a elementos trazidos pela cultura oriental.

Além dos produtos importados durante a época dos descobrimentos – porcelanas, seda, especiarias – o estudo da arte na Europa no fim do século 19 recebeu significativa influência dos orientais, alterando profundamente os conceitos teóricos presos aos estritos princípios da cultura ocidental e abrindo como caminho a Arte Nova. Em outras áreas, científicas e técnicas, a presença de traços vindos do Oriente é mais sutil por se tratarem de alterações no pensamento filosófico, com a consequente abertura à liberdade e criatividade no sentido de uma visão holística e integradora.

Modernamente as artes marciais, a educação física, a psicologia e a medicina orientais, começam a ser absorvidas nas escolas e universidades do mundo ocidental depois de terem sido amplamente praticados junto às populações que não aceitaram os preconceitos de uma elite social que classificava tais usos como sendo acientíficos e de charlatanismo. O reconhecimento da influência do pensamento oriental na medicina ocidental é ainda um tabu por razões de competição intelectual e de mercado da sua indústria de base. Mesmo assim, as técnicas de acupuntura já são matéria de cursos universitários, tal como a busca do equilíbrio físico/mental, tomado o organismo como um todo integrado, foi adotada pela medicina ocidental e está na base do grande desenvolvimento do conhecimento neurológico.

A ideologia intrínseca ao caminho chinês

A China que hoje caminha a passos de gigante no sentido de se tornar uma potência reconhecida como tal pelo mundo ocidental, segue a nível político e econômico o mesmo caminho que a sua filosofia, artes e ciências seguiram desde o fim do século 19 na aproximação com o ocidente, servindo-se dessas primeiras conquistas sem necessidade de definir politicamente a sua função no caminho ideológico. Tanto a sua capacidade de criar riqueza suficiente para absorver os títulos do Estado norte-americano e comercializar com qualquer país rico, como para investir nos países em desenvolvimento criando bases para a produção nacional e proporcionar no seu próprio território a modernização da infraestrutura e de toda a estrutura de produção para competir no mercado capitalista, tem permitido retirar a população (de dois bilhões de pessoas) do nível de miséria que suportava, e estender os benefícios de um verdadeiro Estado Social (que só existe em alguns países nórdicos pequenos). Evidentemente a adoção de modelos ocidentais modernos gera contradições internas difíceis de superar, sobretudo pela imposição de um ritmo de ação inadequado aos seus padrões culturais.

O tempo necessário para sair do feudalismo e poder competir com os países desenvolvidos do sistema capitalista foi, e continua a ser, muito menor do que aqueles levaram para desenvolver a sua economia e urbanizar as suas cidades criando um sistema social de profundas diferenças no atendimento das classes e na distribuição da riqueza. O controle exercido pelo Partido Comunista da China sobre o governo e todos os programas de desenvolvimento tem permitido uma estratégia segura comprometida exclusivamente com o equilíbrio da política externa e a melhoria das condições internas de desenvolvimento e de qualidade de vida.

Na China as contradições com um projeto que tem por meta o sistema socialista vão sendo reduzidas paulatinamente, como a aplicação de uma legislação do trabalho e a substituição das fontes de energia para eliminar a poluição, conquistados pelos trabalhadores nos países capitalistas, assim como a construção de infraestruturas para levar o benefício da modernização nacional a todo o extenso território com as suas diferenças climáticas e culturais.

A pressão do imperialismo mantém-se, mas caem os preconceitos com a expansão democrática

Tal como sofreram os países socialistas liderados pela URSS, a China é obrigada a investir grande parte do seu orçamento nas Forças Armadas, nas investigações científicas espaciais e no sistema de informações para todo o planeta, para garantir a segurança nacional e do seu projeto de desenvolvimento com meta socialista.

A solidariedade dos povos com a China depende do entendimento que se alcance das diferenças culturais e filosóficas que existem mas não separam, os que lutam pela meta socialista para todas as nações. O que até hoje foi considerado como o pensamento "ocidental", preso ao sistema capitalista e à cultura de origem judaica e cristã, alimentou preconceitos de valor estratégico contra culturas orientais e árabes.

O século 21 tem coincidido com a queda de arraigados preconceitos criados para favorecer os sistemas de domínio colonial, neocolonial, racista e machista, de elites poderosas e de uma pretensa superioridade humana sobre os que apresentam diferenças físicas ou culturais. Como resultante do embate histórico que se verificou ao longo dos últimos séculos emergiu uma consciência de cidadania que permeia os trabalhadores em todo o planeta e o sistema capitalista enfrentou crises que foram superadas em prejuízo do seu próprio equilíbrio.

A filosofia milenar oriental sempre apontou como caminho o equilíbrio e a observação da realidade para que a humanidade alcance o seu desenvolvimento aplicando, passo a passo, a sua energia e criatividade na construção da vida. Será este o caminho da China? Depende não só do seu governo e Partido Comunista como dos povos e suas respectivas forças revolucionárias.

Integração cultural e consciência de autonomia dos povos
O sistema capitalista no mundo "ocidental", até hoje vigente nos países da Europa e nas Américas, Africa e Ásia, nos centros de poder financeiro e nas nações que foram colonizadas e mantêm vínculos de neocolonização, tem sido confrontado com a emergência de características do pensamento oriental e da dinâmica histórica das sociedades em evolução, que acentuam as contradições internas próprias de um modelo fechado submetido ao comportamento do mercado e ao autoritarismo de uma elite financeira.

As sucessivas crises do sistema capitalista que sempre foram buscar nos países menos desenvolvidos os recursos para fortalecer o setor financeiro dos que concentram o poder político e militar, foram estimulando, contraditoriamente, o fortalecimento da luta social pela democracia, a qual por oito décadas contou com a liderança da URSS que expandiu pelo Terceiro Mundo as sementes da independência nacional e da participação popular no desenvolvimento dos seus países.

As duas grandes guerras foram orientadas contra o surgimento do sistema socialista pelas forças da Revolução em 1917 na Rússia, mas as ambições expansionistas da liderança nazifascista levou à necessária aliança entre as forças militares da Europa e dos Estados Unidos com a Rússia Socialista para alcançar a vitória contra a Alemanha, Itália e Japão que representavam a chefia das forças agressoras. Em seguida, ao final da Segunda Guerra, começou a Guerra Fria dos países capitalistas contra a União Soviética e uma perseguição aos militantes comunistas em todo o mundo, para impedir que os movimentos sociais de emancipação social escapassem ao controle ideológico dos governantes vigiados pelo sistema capitalista.

A meta expansionista foi apropriada pelos Estados Unidos com pretextos de intervenção pacificadora com apoio da ONU moldando os princípios democráticos, de libertação nacional e direitos humanos, ao programa da Social Democracia europeia nascida na velha Alemanha com Bismark.

Durante várias décadas estas forças que se somaram em torno da primeira potência mundial (EUA) com um crescente poderio militar, econômico e tecnológico, apoiaram governos ditatoriais – como a Grécia, Espanha e Portugal que eram aliados Hitler – e nos países subdesenvolvidos, onde foram criados sistemas sindicais e legislação de trabalho e segurança social que mantinham o Estado (dito) Social sob a tutela do ditador ou de presidentes eleitos dentro dos estreitos limites impostos pelo sistema financeiro e jurídico superiormente fiscalizados. Na Europa, sob o comando dos EUA o Clube de Bildenberg manteve em fogo lento o imperialismo enfeitado pelas monarquias sobreviventes já adaptadas às repúblicas como poder moderador e de exceção se necessário, atraindo políticos e intelectuais destacados para serem treinados para posições de influência através de instituições culturais, de comunicação social e de governos.

Apesar dos múltiplos problemas, que inclusive destruíram a União Soviética e o sistema socialista implantado na Europa durante 80 anos, os povos tomaram consciência dos verdadeiros caminhos para a sua libertação e desenvolvimento nacional sem a tutela de um poder financeiro e militar externo. A essência dos princípios democráticos divulgados na Revolução Francesa e com forte repercussão na Independência dos Estados Unidos, levantados como meta revolucionária pela URSS, foram sendo posteriormente deturpados pelo poder imperial centralizado e mencionado apenas na categoria de utopia.

A violência do imperialismo desperta os humanistas

As várias tentativas para estabelecer governos democráticos e populares foram afogadas em sangue, como o de Allende no Chile, Lumumba na África, e de tantos líderes africanos e asiáticos que não se submeteram às ordens externas. A função de "polícia" planetária, exercida pelos serviços de inteligência dos países mais ricos, utilizou recursos criminosos para eliminar fisicamente os líderes que surgiam em todas as regiões, como recentemente se provou ter sido assassinado Arafat, herói palestino, por determinação do Governo de Israel, assim como o foi o primeiro Presidente de Moçambique Samora Machel por forças anti-revolucionárias na África.

A guerra dos Estados Unidos contra o Vietnã fracassou devido à capacidade de resistência daquele povo e inteligência de líderes como Ho Chi Min e Giap, e a consciência democrática despertada em todo o mundo, inclusive na sociedade norte-americana, que repudiou e denunciou a barbárie imperialista enfraquecendo politicamente o exército invasor.

Com a formação da União Europeia pelo Clube de Bilderberg (logo após o final da guerra mundial) e apoiada pelos Estados Unidos, a derrubada de governos e assassinato de líderes e civis na Europa (Iugoslávia), na Ásia Central (Afeganistão, Paquistão), no Oriente Médio (Iraque) e norte da África (Líbia, Egito) passou a ser feito abertamente pelas forças militares da Otan e dos países associados com o falso pretexto da pacificação e defesa dos direitos humanos. Onde ainda não pode invadir e bombardear, os seus agentes secretos estimulam e provocam conflitos armados internos (Iugoslávia, Egito, Síria, Turquia e países de África onde o atraso causado pela colonização e neocolonização, agravado pelos projetos de desenvolvimento financiados pelo Banco Mundial que destruíram tradições locais e a terra arável, deixou a população na miséria absoluta). Diante da estratégia sucessivamente aplicada pelos sumo poderes do sistema capitalista, e em busca de formas de desenvolvimento para sobreviverem, surgem líderes capazes de atrair o apoio popular, de militantes sociais e de esquerda, de Igrejas e associações que têm capacidade para eleger representantes legítimos das populações.

Depois das independências das ex-colônias na África e em Timor onde surgiram líderes democratas, outros alcançaram o poder nos países ainda subdesenvolvidos contra os interesses imperiais: Lula no Brasil, Chaves na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correia no Equador, Kirchner na Argentina, abriram caminho para a integração de Cuba nas organizações latino-americanas, com sua poderosa experiência socialista que repercute em outras nações da América Latina e reflete em outros continentes como apoio às suas formas de luta específicas pela democracia real. A Social-Democracia na Europa intercede como agente imperialista que teve êxito em Portugal destruindo o processo revolucionário do 25 de Abril, como se representasse o "socialismo" e com ofertas de apoio financeiro.

Exemplo de superação do atraso e a fome

A China fez a sua revolução nacional e realizou a Grande Marcha liderada por Mao Tse tung, apoiada pela URSS e demais países socialistas, libertando-se do sistema feudal opressor e traçando o caminho para o socialismo. Conserva a filosofia dos seus antigos líderes históricos para entrar na Era Moderna e vencer a miséria da maior população nacional do planeta.

Cultiva a memória cultural de milênios da sua história e recebe as imagens do capitalismo e do socialismo como capítulos recentes. Herdeira de experiências históricas de invasões, guerras, domínio japonês, colonialismo britânico e tentativas de neocolonialismo por alguns países poderosos, a China aplica as tradições do pensamento oriental na forma como deverá adaptar-se ao convívio e intercâmbio técnico e material com o sistema capitalista internacional.

Mantém-se sem participar da dicotomia ideológica entre capitalismo e socialismo, conhecendo profundamente as contradições entre os dois sistemas, sempre procurando desenvolver as suas próprias forças dentro da lógica estabelecida no mercado enquanto introduz inovações a partir do seu conhecimento milenar

*Zillah Branco é cientista social, militante comunista, colaboradora do Vermelho e integrante do Conselho do Cebrapaz.

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