segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O povo com Dilma aperfeiçoa o caminho democrático





Votaremos em Dilma para que o caminho que Lula abriu para fazer do Brasil um país democrático - ainda hoje cerceado por um sistema econômico injusto, capitalista, com má distribuição de renda e uma mídia vendida ao imperialismo - inclua a dignidade como padrão de responsabilidade cidadã.


Não acreditamos em contos de fadas e varinhas de condão que, em um passe de mágica, transforma terra seca em verde e corruptos em anjos. A vida é difícil para os que trabalham pela subsistência e formação dos seus filhos e para os que lutam contra a escravização do povo submisso a uma elite que desperdiça a fortuna roubada à maioria. Há 500 anos a América Latina foi ocupada pelos colonizadores europeus e em seguida pelos neocolonizadores que foram desenhando o poder dos milionários sobre a população trabalhadora escravizada. Era o Terceiro Mundo subdesenvolvido.

A história mundial desperta contradições porque a humanidade procura soluções para os problemas sem ficar fechada na mediocridade da elite exploradora. Hoje, a América Latina afirma as suas conquistas: A Revolução Cubana, o desenvolvimento econômico e social da Bolívia de cultura indígena, a projeção internacional da Venezuela de Chaves e Maduro no Conselho de Segurança da ONU, a parceria econômica e política do Brasil junto aos países mais ricos e a independência com que afirma a dignidade ao mundo, e tantas outras conquistas das demais nações latino-americanas que se tornaram modelo de democracia e liberdade. E o que vemos nos antigos colonizadores?

A Europa está sendo escravizada pelo Banco Central da União Europeia e o FMI, seus trabalhadores precisam emigrar para não morrerem de fome e para salvar os seus familiares que aguentam a miséria imposta pelos bancos das elites nacionais. Os Estados Unidos não conseguem esconder o caos em que a sua população mergulhou com milhões de pessoas vivendo em roulotes, acampados, sem emprego, vitimados pelas drogas e pelo modelo de violência propagado pela cultura nacional. A saída que encontram é através da corrupção dos mais fracos, da perda da dignidade política com a prática da mentira por governantes submissos, pelo crime da criação de grupos terroristas que desequilibram as sociedades da África e do Oriente Médio (como o Estado Islâmico) e pela utilização da indústria farmacêutica em função das guerras químicas.

Este é o quadro planetário onde poderemos escolher o que ofereceremos aos nossos filhos e netos: Luta pelo aperfeiçoamento da democracia e dignificação da humanidade capaz de criar um futuro equilibrado, ou o crime manipulado por uma elite egoísta e medíocre que se veste de verde e procura na transformação do lixo, na sordidez dos escândalos sociais e na destruição de nações mais frágeis o caminho da sua riqueza esbanjada ao longo dos séculos.

Voto em Dilma para poder continuar uma luta solidária com os povos que constroem a paz, para reduzir os sofrimentos dos que trabalham e lutam por melhores condições de vida, para afastar do poder a elite medíocre e falida que atraiçoa os mais legítimos valores humanitários contaminando e prostituindo os que ignoram que a vida está aberta a quem se solidariza com os outros e não guarda para si uma riqueza que é social. Voto para que o Brasil não retorne ao obscurantismo dos oligarcas e aos crimes dos exploradores.

sábado, 11 de outubro de 2014


Está em causa o processo de emancipação dos povos da AL

Zillah Branco *

A responsabilidade dos que atraiçoam um processo histórico - como o que ocorre no nosso continente e Lula introduziu no Brasil - por razões pessoais, de ambições mesquinhas, de incapacidade de ver que o coletivo é mais importante que as transitórias teorias inspiradas nas doces palavras dos que sempre pertenceram à elite servida por legiões de escravos para que pairem acima do povo oprimido, é a maior e mais imperdoável que um cidadão poderá suportar.


Não poderemos destruir o que foi construído pelos heróis que deram a vida para transformar gente abandonada em cidadãos e extrair dos seus valores, negados pelo analfabetismo e a humilhação impostas pelos poderosos, a força humana de soldados de uma luta revolucionária. Não podemos esquecer o significado da Coluna Prestes, de Antonio Conselheiro, da resistência à ditadura de 1964, de todas as batalhas da história brasileira que cimentaram o caminho da emancipação do nosso povo, assim como o exemplo de Fidel e Guevara e o apoio permanente da Cuba independente e de Hugo Chaves que trouxe o seu abraço entusiástico a Lula, o metalúrgico que foi empossado como presidente da República em 2003. A história é longa para ser aqui registrada, pois é a história de um processo de libertação dos seres humanos que foram colonizados e escravizados durante 500 anos e hoje convivem em pé de igualdade com as nações mais ricas do planeta.

Não podemos permitir que sejam traídas as lutas sofridas por tantos para que uma Marina Silva saísse da miséria para poder chegar ao Senado na equipe do PT e dali sair empolgada com os elogios por falar em defesa da natureza, como Obama declamando os discursos sobre a democracia. Ambos são hoje marionetes do imperialismo que se apresenta despudoradamente como defensor das causas populares - verdes e democratas - para receber o prêmio Nobel da Paz e desencadear uma terceira guerra mundial no Oriente Médio e na sofrida África, além de multiplicar as empresas que poluem o ar e aquecem todo o planeta sacudido por desequilíbrios climáticos.

Conclamamos os verdadeiros socialistas, que ainda se orgulham de Miguel Arraes como lutador que se sacrificou pelo povo sem pensar nas suas questões e simpatias pessoais, para que recordem a plêiade de camaradas do seu partido que soube criar como um único exército uma Frente Brasil Popular integrada com comunistas, cristãos, radicais ou ponderados, para fazer face à direita hoje representada pelo PSDB neoliberal; para que vejam a profundidade das conquistas democráticas alcançadas pelo Brasil nos últimos 12 anos e pela América Latina com a criação do Mercosul, da Celac, da Alba e o apoio a todas as nações irmãs que se levantam; para que não ponham em risco a longa luta tenaz e dura contra o poder imperialista que agora também os povos da Europa enfrentam para não serem colonizados ou destruídos por drones ou vírus pré-fabricados.

A luta é do povo, para a defesa do seu desenvolvimento humano e cidadão, não é um confronto entre personalidades orgulhosas dos seus valores pessoais e das ambições mesquinhas de poder.


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Ditadura e formação do PT


Ditadura e formação do PT

Zillah Branco *

Em 1964, diante do fortalecimento de tendências nacionalistas com Jango e projetos progressistas ligados à FAO e outros institutos de formação desenvolvimentista, como a CEPAL, atuantes na América Latina, com influência na área militar (ISEB no Brasil), o imperialismo infiltrou os países ainda democráticos para instaurar ditaduras sob o seu controle e assassinou Allende (1972) que furara o cerco.


A resistência popular no Brasil foi esmagada fascistamente pela polícia política apoiada por militares, tal como depois ocorreu no Chile sob ordens de Pinochet. A esquerda partidária dividiu-se entre guerrilheiros e socorro vermelho, destruindo as estruturas ligadas ao movimento internacionalista que entrou em colapso final com Gorbatchev na URSS em 1989.

Socialistas, comunistas (1) e democratas resistentes durante as décadas de 60 e 70 no Brasil, compuseram um partido dos trabalhadores - PT - de intelectuais, classe média com inspiração socialista e apoio social-democrata norte-americano, contando com um líder carismático operário Lula da Silva, humanista e patriota. Como único partido de esquerda não clandestino, atraiu várias tendências mais ou menos radicais e humanistas, unidos como opositores à ditadura - socialistas, nacionalistas, comunistas, cristãos, anarquistas, etc. A consciência social tomou como objetivo a promoção da classe média dentro do modelo consumista do sistema capitalista, a extinção da miséria e a marginalidade em que vivia 70% da população brasileira e os preconceitos que negam os direitos humanos Já conquistados na Europa.

Lula, com a sua intuição política de esquerda e profundo humanismo cristão, com consciência de operário e de brasileiro pobre, despido de orgulho individualista e dotado de natural sensibilidade e respeito elo ser humano, conquistou a confiança do povo brasileiro e de outros países. Dividiu o poder com aliados bem diferentes ideologicamente que reivindicaram postos públicos e compensações para o exercício das suas funções privadas e carreiras na estrutura de poder que mantiveram os vícios da antiga oligarquia em aparente equilíbrio com a formação nacional de uma consciência de cidadania que seria o esteio da democracia.

Dilma, sem o carisma pessoal de Lula, com formação técnica além de um respeitável passado de luta radical contra a ditadura, dedicou-se à promoção do país em termos econômico e financeiro, que ainda dependem estreitamente do mercado internacional e de uma classe média consumista. No final do seu mandato eclodiram as contradições entre a consciência de cidadania, que se expandiu no seio das novas gerações, a injusta distribuição da renda e dos serviços públicos essenciais ao exercício dos direitos sociais elementares, e a dependência do Estado E dos bancos em relação ao imperialismo, o que foi aproveitado pela mobilização popular feita pela direita e provocadores fornecidos pela rede do crime organizado pelo Império e seus aliados.

Até o dia 26/10 terá de surgir um compromisso claro da candidata com o povo para respeitar imediatamente um programa democrático com prazo marcado para a implementação da reforma política e da democratização dos serviços públicos essenciais. Os movimentos sociais serão os porta-vozes mais fiáveis para uma população que demonstrou a sua desconfiança no ato eleitoral. Estamos no fio da navalha, pois este caminho afastará os velhos oligarcas que ainda aparecem como aliados de uma democracia morna.

(1) Os dois partidos comunistas - o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB) - mantiveram-se independentes, mesmo clandestinos, e foram legalizados em 1985, após o fim da ditadura militar. A partir de 1989, o PCdoB, mantendo sua independência política, ideológica e orgânica, aliou-se ao PT em coligações eleitorais, (Nota da Redação do Vermelho)


sábado, 4 de outubro de 2014

O Brasil construído para o seu povo



A escolha de quem vai governar o Brasil é feita pelo cidadão consciente dos seus direitos democráticos, a partir de dois pontos de vista:
1. A vantagem pessoal para resolver problemas imediatos e assegurar um futuro tranquilo, ou abrir caminho para satisfazer ambições de elites dominantes; Ou
2. A melhoria das condições de vida da população brasileira com a superação dos grandes problemas - um país colonizado há 500 anos, neo-colonizado desde o séculoXVIII, governado pelos grupos oligárquicos nacionais aliados ao poder imperialista - que em 2002 elegeu como Presidente da República um filho da classe trabalhadora o qual deu início a um programa de desenvolvimento da Nação e do seu Povo, libertando a sociedade progressivamente das amarras criadas pelos privilégios das elites dominantes.

O período histórico em que os oligarcas brasileiros - donos de propriedades latifundiárias, empresas industriais ou bancos, que detinham o controle financeiro e dos sistemas de comercialização (interno ou externo) e a formação cultural e de informação social - evoluiu do embate entre nacionalistas e subordinados ao poder estrangeiro. A dependência do país subdesenvolvido aceitou que o poder elitista se infiltrasse por meio da moderna tecnologia nos setores da infra-estrutura do desenvolvimento nacional - da energia e transportes à formação profissional e cultural, que condicionaram a estrutura do Estado, os sistemas de saúde, de ensino, judicial, da previdência social, da segurança pública e militar, etc.

A mudança de perspectiva governamental iniciada em 2002 tem sido contínua e progressiva a favor da maioria dos brasileiros, com a extinção da fome e das condições de marginalidade em que viviam mais de 70% da população. Ninguém ignora ( e o Mundo aplaude) a importância da  "bolsa família" que conduz as famílias à integração social, assim como o combate persistente contra os preconceitos que discriminavam as mulheres diante do peso cultural do machismo e da violência, as diferentes origens étnicas, a falta de respeito humano pelos idosos, crianças e pessoas em situação de carências.

Ninguém desconhece a afirmação do Brasil no cenário internacional, de cabeça erguida diante da arrogância dos países ricos e neo-liberais. O prestígio deste renascimento do Brasil foi registrado na formação dos BRICS e na sua integração a nível internacional para decidir sobre a PAZ e os problemas que ameaçam a sobrevivência das populações mais pobres do planeta. A consolidação deste caminho revolucionário de um Brasil autónomo e independente passa pela integração com os demais países latino-americanos aliados no apoio ao desenvolvimento e crescimento de todos na CELAC.

Mas, o processo de desenvolvimento ainda não está concluído, nem o Estado foi alterado para cumprir democraticamente as funções públicas, nem o "dollar" deixou de ser a referência da moeda brasileira, nem o sistema financeiro internacional deixou de impor as suas regras de mercado e o agro-negócio as suas imposições. As boas leis existem mas nem sempre são cumpridas, há corrupção como há poluição, infiltradas como o crime organizado que com a venda da droga enriquece Nações ricas. São formas de câncer que apodrecem setores importantes da sociedade e da estrutura de poder. Há que criar novas vacinas.

A história do Brasil atravessa um processo revolucionário que enfrentou a ditadura e continua a limpar o país para que seja reconstruído pela população que participa e que tem consciência de cidadania.

Quando falamos em solidariedade com os mais necessitados, nossos filhos, netos e bisnetos, quando pensamos nas gerações que nos seguem e precisam ter uma oportunidade de viver com dignidade aplicando os seus conhecimentos e talentos, queremos que aperfeiçoem as condições de existência e cultivem a alegria "tão brasileira", não podemos permitir que seja interrompido um caminho - um processo de desenvolvimento democrático - da nossa Pátria!

Zillah Branco