domingo, 10 de setembro de 2017

Furacões provocam o cáos nas sociedades colonizadas




A mídia internacional promove o medo junto às populações afetadas pelos furacões, reproduzem entrevistas com pessoas desesperadas, vão somando os mortos e exibindo imagens catastróficas. Os cálculos são dos mil milhões necessários para os novos investimentos. Quem morreu, morreu, coitados.

Para surpresa dos que vêm nos Estados Unidos uma nação mais rica que domina recursos e técnicas ainda inexistentes nos países sob a tutela colonialista - nas ilhas S.Martim e Barbuda, República Dominicana, Porto Rico e Haiti - assiste ao desespero das populações resolvendo por si os problemas de segurança e abastecimento enquanto as autoridades dão conselhos e tentam à última hora organizar centros de acolhimento. As imagens revelam a comercialização frenética de supermercados, as estradas repletas de foragidos, as cidades invadidas por águas e ventos destruidores que acumulam casas e carros destroçados, o preço das passagens de avião passam de centenas a milhares de dolares para escapar do Estado ameaçado. Realmente é um caos pavoroso!

O Presidente Trump repete com decisão uma dúzia de adjetivos (fantástico!!!) para elogiar os que lutam para sobreviver, como se o seu reconhecimento fosse uma espécie de proteção divina, e sua esposa, com as mangas arregaçadas e roupas desportivas, entrega pacotinhos de alimentos aos desabastecidos como prova da sua intenção democrática. O Presidente da França, Macron, com ar de urubú enxarcado, faz um discurso de luto ao descobrir que as remotas ilhas das Caraíbas pertencem à nação que governa, onde a população estava a lutar sozinha sem a suposta proteção colonialista. Trump manifesta os seus sentimentos a Macron e, juntos, comparam os milhões a serem investidos para a recuperação dos equipamentos destruidos nas respectivas nações. Lamentam as mortes.

Diferente é revelado pela TV de Cuba durante os mesmos dias em que o mundo acompanha a trajetória mortífera dos tufões. Ali as autoridades informam sobre as medidas que desde o anúncio dos fenomenos foram tomadas para proteger as populações e as estruturas de produção nacional. Ao lado das autoridades que distribuem meticulosas informações indicando como agirem para garantir a segurança de todos levados para lugares de acolhimento prèviamente preparados e abastecidos pelas comunidades organizadas. A unidade entre populações e autoridades no enfrentamento conjunto permite maior esperança de sobrevivência que os discursos adjetivados ou chorados de governos que controlam a vida financeira das nações. O tufão torna-se conhecido através das explicações científicas e é acompanhado com interesse para incomodar menos. Não há desespero nem medo quando a população integra um plano nacional de defesa. Assim age um governo revolucionário em regime socialista.

A televisão cubana consegue dar informações científicas e técnicas, a partir das fotos da NASA sobre os olhos dos furacões, mas também mostrar os pontos geográficos a serem protegidos, as produções de energia, água, recursos naturais para a indústria, agricultura e pescas, educação e saúde, transporte, locais de proteção, e percorre todos os serviços do Estado e das comunidades que informam sobre a situação real existente e os planos de ação que integra os populares. É uma defesa conjunta, do país e do povo, dispensa falsos elogios e lágrimas de crocodilo.

O saldo deixado na Ilha Comunista pela devastação dos furacões foi causado pelas altas ondas marítimas que invadiram estradas e atingiram casas, onde os seus moradores haviam prevenido a segurança dos seus bens e de suas vidas, árvores e postes de eletricidade foram partidos pelo vento, alguns prédios antigos cujas paredes não resistiram ao ímpeto dos elementos. Não há mortes a lastimar, apenas alguns acidentes que resultaram em traumatismos logo tratados nos postos de saúde organizados em locais seguros.

Enquanto que nos Estados Unidos e nos paises dependentes do sistema capitalista as pessoas correm atrás de produtos para sobreviverem enfrentando filas e preços elevados nos supermercados, cada um por si e contra o outro, em Cuba o Estado, ligado às autarquias locais e associações de moradores, preparou locais seguros, com equipes médicas e abastecimento para receber as populações das respectivas regiões. Todos se empenham na defesa nacional, ninguém pensa no lucro individual com a desgraça alheia. O cáos não se instala. A solidariedade impera. Foi feito um Plano de ação administrativa com base em um Prognóstico científico desde a formação dos furacões. A ONU saudou a capacidade impar de Cuba na defesa da sua gente e da economia nacional.

Aliás, todos sabem que o agravamento desses fenomenos climáticos se deve ao maior aquecimento da atmosfera, à destruição da natureza no planeta. E os Estados Unidos não participam nas conferências mundiais para assumirem a sua responsabilidade e controlar o desvario das suas empresas em alcançar o maior lucro com o sacrifício dos humanos. E, depois de ter lançado as primeiras bombas atômicas sobre a população civil do Japão que perdera a guerra, agora levanta arrogantemente a cabeça do Presidente para enfrentar a ameaça do seu homônimo coreano como se a humanidade fosse secundária nesta competição irresponsável e criminosa.

Zillah Branco

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

frente ampla, popular e de esquerda!




Com o fim da segunda Grande Guerra - que deu início à Guerra Fria promovida pelos "aliados" sob a orientação da chefia imperial dos Estados Unidos que usaram as bombas atômicas para ficarem como heróis da vitória soviética incontestável - tornou-se claro para os revolucionários que a luta por um sistema alternativo ao capitalismo deveria integrar todos os cidadãos que tivessem consciência de que, em primeiro lugar, interessa defender o desenvolvimento do ser humano, a sua integridade física e mental para, com o trabalho, criar maiores recursos para as sociedades em paz.

Os artifícios políticos para estigmatizar as conquistas do socialismo na URSS (seguidos dos processos revolucionários na China, na Coreia do Norte, no Laos, em Cuba e no Vietnam), destruiram os caminhos abertos pela brilhante intelectualidade que nos Estados Unidos produziram literatura, cinema, música, ciência, que teriam enriquecido o patrimônio mundial não fosse o famigerado "macartismo" que minou as novas instituições universitárias e midiáticas que zelavam pela democracia e o humanismo. Com o poder do ódio irracional foi introduzida a marca fascista e autoritária no conceito capitalista de "democracia".

Como rastilho de pólvora, da grande potência capitalista irradiou a perseguição sem tréguas contra os comunistas e revolucionários em geral. Ao mesmo tempo em que eram intimidados os democratas com os riscos de discriminação social que limitavam carreiras profissionais e participação nos benefícios do desenvolvimento social, foi criada e divulgada amplamente uma "cultura anti-comunista e anti-revolucionária" que preparou as novas gerações para demonizarem as naturais tendências de solidariedade humana e de respeito social como a negação de todo o progresso traduzido em acumulação de riqueza e de promoção de uma elite dirigente.

Incutia-se subtilmente o desprezo pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos mais simples, com os mesmos critérios do mundo medieval, mas adoçados pela compreensão caritativa dos que distribuem esmolas, e justificavam os projetos colonialistas "que levavam o desenvolvimento possível ao terceiro mundo", "a paz e o progresso" aos vizinhos latino-americanos, enquanto as empresas transnacionais se instalavam em países alheios para explorar as riquezas naturais que o seu povo "inculto" não saberia fazer. O racismo consolidava-se como "princípio científico" que facilitava a escravidão disfarçada  imposta às etnias que emigravam para o mundo "dos brancos".

Assim como durante a revolução industrial os camponeses dos países mais ricos da Europa deixaram as suas pátrias e emigraram para colonizar as nações indígenas do terceiro mundo e manter a subordinação cultural (e institucional) aos países de origem, na Europa foram importados trabalhadores de outras etnias para suportarem as discriminações sociais que limitam a frágil democracia da moderna burguesia em ascensão. As elites dominaram facilmente a política fantasiada de "democrática" (onde analfabetos ou sem rendimentos não votam e o Estado contrata funcionários nas famílias dos poderosos) e o povo mistura-se à paisagem enevoada como uma necessária "abstração". Situação semelhante é vivenciada presentemente no Brasil.

Como o conceito de "cultura" passou a ser confundido com o de "formação escolar", e o de "inteligência" com "nível intelectual", a elite levantou o seu muro em torno dos seus postos de comando e os "sem escola" acreditaram estar fora do âmbito da "democracia ilustrada". Mas, o processo revolucionário prosseguiu na sua meta de ganhar entre os democratas os que são coerentes com a própria noção de dignidade humana e de integridade como cidadão. Com as inúmeras falhas do sistema capitalista - as ambições desmedidas de lucro que se confundem com roubo, as grandes espertezas que atropelam os valores elementares da decência, o descuido dos super-poderosos que revelam ignorâncias crassas (lembrar Bush, Temer, Trump...), a prepotência dos que não avaliam a inteligência dos ingênuos ou dos simples - foram acentuando os abusos da elite, as injustiças, os crimes da elite mandante e esclarecendo os que seguiam os seus caminhos distraidos com as conquistas individualistas sem olhar para o lado social. Cresceu o número dos que reconhecem a necessidade de mudanças na estrutura política que nāo se resolve mudando apenas o representante do comando, mas o comando em si. Hoje é visível o descrédito geral em relação aos que comandam o sistema capitalista irresponsável no risco de guerra atômica e nas chacinas sobre populações civis desesperadas.

Surge hoje na América Latina, com peso determinante, a manifestação popular que se organiza em função das estruturas de trabalho e de lutas específicas pelos seus direitos, despertam camadas sociais com privilégios de formação escolar para o reconhecimento da justiça que orienta as reivindicações populares, grandes especialistas nos conhecimentos da administração do Estado e na defesa da soberania nacional levantam as suas vozes com modéstia revolucionária junto à do povo, organizam-se os partidos de esquerda assim como as religiões tradicionais para promover a unidade entre todos estes patriotas formando uma Frente Popular Ampla de Esquerda!

Os partidos de esquerda enfrentam os seus problemas internos que refletem os da própria sociedade, eliminam os individualismos que bloqueiam as ações coletivas da grande maioria da população e os medos acumulados com a experiência sofrida de seguidas derrotas parciais sob um sistema adverso, fortalecem a compreensão fraternal que está acima dos preconceitos de classe cristalizados na linguagem elitista e ressalta os pricípios que são o seu patrimônio ideológico de uma luta secular. Este será o eixo de uma nova composição ampla com os que são capazes de acompanhar as conquistas da esquerda, dos humanistas, dos desvalidos, sobre o poder do capital e do enquistamento conservador das velhas elites, contra os que vendem a Pátria e a soberania da Nação e a dignidade dos cidadãos.

O Brasil será vitorioso! A América Latina será fortalecida! Os povos construirão as suas vidas!

Zillah Branco