quarta-feira, 25 de julho de 2018

No centro da unidade está o povo

O Brasil evoluiu no profundo debate para criar uma aliança de esquerda e derrotar o golpismo. As alianças não são entre pessoas dirigentes, são as convergências de todos os grupamentos da esquerda para atender ás necessidades dos 200 milhões de brasileiras e brasileiros.

A proposta de Governo terá metas claras e objetivos concretos para garantir a independência e a soberania nacionais para proporcionar o desenvolvimento cidadão e sócio-econômico.

Manuela D'Avila tem desenvolvido uma maratona de contactos com o maior número de representações populares de várias gerações, gêneros, etnias, profissões, de onde extrai a sua sabedoria e firmeza para afirmar: "O tema da unidade é um tema central. As virtuais divergências que a gente tem são inferiores à unidade que a gente tem que ter para reconstruir o Brasil”.

Este comportamento político supera o antigo hábito de discutir primeiro em torno da mesa redonda para depois levar a proposta às ruas. Vemos que Boulos faz trabalho popular semelhante em outros lados, Lula com a força da sua dignidade conquista eleitores mesmo sequestrado, e Ciro procura ouvintes em áreas mais resistentes à mudança. Em poucos meses o território brasileiro tem sido sacudido com um levantamento de questões concretas que exigem soluções urgentes através de uma plataforma única."O centro sempre foi a ampliação da nossa unidade”, explica a nossa Manú com a sua jovialidade inteligente e modesta de revolucionária.

A campanha nessas eleições ganha novo ímpeto com a criatividade da nova geração que se define como militante. É uma nova dinâmica que permite à geração anterior, de homens e mulheres de Estado contribuir entusiásticamente com as suas experiências através da nova comunicação social que denuncia a mídia global que se transformou em realejo do imperialismo. 

Celso Amorim explica como a figura estapafúrdia de Trump "desconstrói a ordem mundial" criada pelo seu próprio time. E a desordem criada pela crise sistêmica insolúvel, abre brechas por onde o Brasil poderá entrar quando recuperar a sua integridade. Refere a recente eleição no Mexico que deixou a velha direita no chão depois de décadas estacionada no poder. Requião analisa o cenário político voltado para a necessidade de fortalecer o Senado com a sua experiência democrática de raiz histórica, ou de se propor a governar o Paraná para repor uma meta que, imaginamos, seja parceira da que segue o Maranhão.

Enquanto as esquerdas se unificam na nova dinâmica, a direita vai perdendo os antigos pretendentes que não querem meter o pé em arapucas do processo ditatorial em decadência. O que os animava era um rio de dinheiro transbordante que começa a secar ou desviar seu curso para lados menos conhecidos, deixando a lama do fundo à vista de toda a gente. Até juizes recebem puxões de orelha em público por não saberem o que é a justiça. De outras nações chegam críticas à destruição da Justça no Brasil.

Mudou o vento! Nasceu uma nova consciência popular! 

"O tema da unidade é um tema central. As virtuais divergências que a gente tem são inferiores à unidade que a gente tem que ter para reconstruir o Brasil”.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Independência e Soberania Nacional

Independência e Soberania Nacional

O Estado oligarca que serve aos interesses da sua burguesia brasileira evolui com uma lentidão aflitiva. Ha séculos delegou a responsabilidade de fazer avançar uma engrenagem, para afastar a monarquia colonialista, ao patriarca da independência - José Bonifácio de Andrada e Silva - promovendo o grito do Ipiranga por D.Pedro I. Assumiu o papel de preparar o futuro Imperador instruindo-o para desenvolver obras culturais e acolher os emigrantes europeus, e a Princesa Isabel para assinar a Libertação dos Escravos. A oligarquia, à sombra do poder político alimentado pelo sistema financeiro e comercial da Inglaterra, traçou os seus caminhos de enriquecimento e opressão do povo que ficou livre, mas sem emprego.

Uma frase habitual, quando o brasileiro não estava para se apoquentar na busca de solução para um problema trabalhoso, era "ficou por conta do Bonifácio". Era a saida irresponsável para quem tinha um lugarzinho no Estado. Com o tempo, e a preguiça, deixaram de relacionar o Bonifácio que havia de resolver a questão, com o Patriarca da Independência, que fez os seus trabalhos ha duzentos anos. Mas a mesma engrenagem existe hoje, cheia de cracas e pedras coladas ás roldanas que movem o Estado apesar das modernas tecnologias e os títulos científicos dos que comandam as atividades. Comparado com as empresas privadas fica como peça de museu.

Nunca foi posto ao serviço do povo que, entretanto, formou-se como operário, frequentou a escola pública onde desenvolveu a sua criatividade e chegou ás universidades com o grande impulso dado por Lula a partir de 2003. A História produziu heróis que foram criando as funções de um Estado para servir ao desenvolvimento nacional com o povo integrado: com a escola pública, o Serviço Universal de Saúde, a Previdência Social, e o desenvolvimento de estradas, transportes públicos. Mas a elite dominante, obrigada a aceitar as instituições sociais, sempre ameaçou de privatizar os serviços mais rentáveis para enriquecer as empresas vinculadas às multinacionais. Para o povo, mantinha a idéia bucólica de subir no coqueiro para tirar côco fresco, como se apenas fizesse parte da paisagem tropical que encanta os turistas.

Lula inverteu este filme. A partir da Bolsa Família, integrou a população nas condições de cidadania, apoiou os estudantes com bolsas para cursarem as universidades, abriu o caminho para acabar com os preconceitos étnicos, apesar de permitir o fortalecimento do poder financeiro que permaneceu enriquecendo a velha elite acobertada pelo setor produtivo do empresariado.

O que impressiona é que o golpe de Temer veio exatamente para destruir a modernização do Estado em benefício da Nação - na produção de minérios e energia - deixando o Brasil empobrecido com seu povo miserabilizado. Na verdade, o que parece é que a oligarquia que apoiou a ditadura de 64, aceitou a aparente democratização gerida por Sarney e depois FHC e voltou, pela mão de Temer, para evitar que as mudanças democráticas de Lula transformasse o Estado emperrado e mínimo (que convém a quem serve os interessas imperialistas), abrindo as portas à verdadeira independência nacional e patriótica.

Só que o povo agora não está em cima do coqueiro nem chama de "virundú" o "grito do ipiranga". Basta ver as suas organizações onde os oligarcas não entram, as escolas de formação e as unidades produtivas de alimentos sem veneno do MST, as associações de combate aos preconceitos racistas ou machistas, que se relacionam com as congêneres de todo o mundo, a participação entusiástica nos comícios de esquerda onde Manuela do PCdoB, Boulos do PSOL, João Paulo ex-"sem terrinha" do MST, debatem os problemas nacionais que deverão fundamentar um futuro Governo a sério para o Brasil e recuperar as suas riquezas que foram enriquecer os patrões dos oligarcas. Deste despertar de consciência sairá uma plataforma popular e brasileira para a defesa de um Estado realmente democrático.

Zillah Branco

domingo, 15 de julho de 2018

Enriquecer os ricos e matar os pobres





A crise do sistema capitalista fecha e abre bancos, onde os clientes de classe média pensam guardar em segurança a suada poupança de uma vida. Descobrem que os governos perdoam impostos para que o capital cresça nos cofres. 

Mas os rendimentos de pequenas contas ficam retidos por meio de embrulhadas exigências jurídicas que constituem o trabalho burocrático bancário para que grandes investimentos e prêmios circulem enquanto o pequeno cliente aguarda a libertação do seu depósito que só ocorre quando a sua moeda for desvalorizada frente ao dólar e o euro que comandam o mercado mundial.

É fácil compreender a mágica do enriquecimento dos que manejam o capital para quem observou o sistema de pagamento nos latifúndios ou nas minas, que é feito no mercado interno da empresa, através dos produtos alimentares e das ferramentas que sobem de preço antes do dia em que o magro salário seria pago.

Os trabalhadores que não chegam a criar uma poupança com os salários congelados para que a empresa que os contrata não vá à falência, "coitados dos patrões", não podem reivindicar a aplicação das leis laborais por causa da "crise sistêmica" que afeta o país, "coitados dos banqueiros". Devem ser solidários com os "honrados" governantes que pagam as dívidas "nacionais" contraídas com os generosos bancos, aqueles mesmos que promovem as oscilações do valor das moedas no mercado financeiro. Nesta questão os governantes lembram os bons princípios morais ensinados ao povo, mas não à elite. Como hoje diz o Primeiro Ministro em Portugal ao reconhecer que os professores tiveram os salários congelados durante nove anos impedindo a sua evolução na carreira: "vou descongelar três anos porque o Estado não tem recursos para mais", e reforça os capitais dos bancos para poderem emprestar com juros altos.

A história é a mesma de um século atrás, mas agora toca a vez da classe média "pagar o pato" baixando o nível de vida, ao mesmo tempo que o operário conhece o peso da fome em sua casa. Os governantes com ar compungido explicam que "sentem muito" mas a realidade "é que o dinheiro do Estado escasseia". Parece lógico, a quem não pensar com a própria cabeça. "Coitados dos governantes" tão bem intencionados... Gastam tanto promovendo eventos ruidosos para desenvolver "culturalmente" o povo tão embrutecido!

Jack London, escritor norte-americano cresceu na pobreza dos trabalhadores, mas ficou estarrecido com a miséria que foi conhecer em Londres no início do século XX. No país colonizador e criador do sistema bancário mundial, em pleno centro da cidade frequentada por ricos de todos os países, encontrou no East End uma pocilga mais infecta que muitas favelas do Terceiro Mundo. Para aí convergiam os que abandonavam a dura vida do trabalhador no campo para viver com toda a família em um quarto, sem cozinha e condições de asseio. O escritor explicava que a primeira geração que aí se instalava gozava ainda de saúde e arranjava emprego que mal dava para o aluguel do quarto e a alimentação. Os seus filhos mirravam sem espaço e respirando a famosa poluição de Londres, não tinham forças para serem rentáveis no trabalho pesado e decaíam na espécie humana até morrerem embrutecidos pelo alcool. Os que sobreviviam na terceira geração, iam para a bandidagem e a prostituição. Essa era a escola para enriquecer o sistema capitalista.

Certamente não chegavam a preocupar os dirigentes, como os idosos de hoje que preocupam Cristine Lagard na chefia do FMI "devido ao aumento da esperança de vida". Morriam cedo, sem criar problemas para os ricos no seu afã de lucro fácil.

Para limpar a cidade de Londres foi fácil também. Os empresários compraram os imóveis e subiram as rendas, como hoje ocorre em Lisboa que recebe moradores de maior categoria (como a cantora Madona a quem a Câmara empresta um terreno com muros e portões para os seus 15 carros de uso doméstico) em pleno centro da cidade.

Os estudiosos da economia capitalista explicam que são engendradas políticas habilidosas para superar as crises do sistema com uma relativa cedência às reivindicações populares. São as fórmulas social-democratas que evitam a morte dos trabalhadores animando o que chamam de Estado Social com escolas e saúde públicas e a enganosa "segurança" social. De certa forma investem parte dos lucros do capital para tirar as famílias dos trabalhadores da ignorância e da mortalidade por fome e permitindo que doentes ou idosos possam sobreviver sem recorrer às esmolas degradantes.

Mas esta aparente generosidade tem outro objetivo: cria uma nova camada social capaz de consumir o que a sociedade produz fazendo o capital circular para crescer. Foi o que ocorreu nos Estados Unidos dirigido por Roosevelt para enfrentar as crise de 1929 realizando uma reforma no capitalismo sob a orientação de Keynes. Conseguiu criar milhões de empregos para abrir estradas e fazer usinas hidroelétricas que modernizaram o país tornando-o atrativo para emigrantes de todos os continentes que levaram os seus conhecimentos como mão de obra barata para enriquecer o país.

Mas o sistema capitalista prosseguiu o seu desenvolvimento inevitável enveredando pelo caminho neo-liberal que cria a hegemonia do capital financeiro sobre o capital produtivo transformando o Estado na ditadura do grande capital. O Consenso de Whashington na década de 1990, segundo explica o professor Avelãs Nunes (¹) "permitiu ao grande capital financeiro recuperar a liberdade de movimentos que gozara nos anos 1920 e que conduziu à Grande Depressão. Graças às políticas neoliberais, o proclamado capitalismo sem crises deu lugar ao capitalismo do risco sistêmico"..."desmantelando as estruturas e mecanismos de regulação e controle da atividade financeira que vinham do tempo do combate dos anos 1930".

Em 1981 Beltram Gross escreveu um livro sobre o "fascismo amigável". Mais tarde outros autores, como Amartya Sen e Paul Krugman avisavam o mundo de que "a concentração extrema do rendimento significa uma democracia apenas no nome, incompatível com a democracia real" - é a ditadura do grande capital financeiro aplicada por um estado forte e, como escreveu A.Gamble, "um estado capaz de restaurar a autoridade a todos os níveis da sociedade e dar combate aos inimigos externos e aos inimigos internos".

Bertie Sanders tentou recuperar o apoio de massas que permitiu a Roosevelt conter a violência do sistema que havia impedido Obama de realizar algumas medidas democráticas enquanto Presidente, por exemplo na questão da saúde pública. Foi o próprio partido Democrata que o dissuadiu da eleição. O Estado foi entregue ao republicano Trump que exibe a sua violência dentro e fora dos limites do seu país.

A esperança não morre, pois há diferentes conjunturas em que o povo manifesta a sua força reivindicativa e impõe novos caminhos. Obrador foi eleito com maioria absoluta no México reunindo diversas tendências da burguesia com a decisão do povo unido. Trump arrota violência mas faz conversas amigáveis. Mesmo na Europa, que está com a espinha curvada pela social-democracia, não alcança tudo o que pretende. Os povos levantam-se por todo o lado e não vão mais em conversas de "fascismo amigável".

sábado, 7 de julho de 2018

"Um montão de gente"

A sabedoria de um trabalhador

Cassiano, era caseiro em Itanhaém quando eu era adolescente. Morava em um quarto com banheiro e cozinha no fundo de amplo quintal de uma casa de veraneio e fazia bem todo o tipo de trabalho: marceneiro, pedreiro, pintor. Era "pau para toda obra", sempre com um sorriso de ternura para as crianças. Gostava de conversar e fazia perguntas sobre o que aprendiamos na escola "porque não pudera estudar além do segundo ano primário". Ao saber que eu estava no curso de Ciências Sociais deu-me um forte aperto de mãos pedindo que sempre lhe passasse alguma coisa para que pudesse entender a sociedade brasileira. Ficamos muito amigos ao longo dos anos. Ao vir de Portugal em 1996 fui visitá-lo. Estava bastante debilitado, com o coração enfraquecido, e mal saia da cama. Para se entreter havia feito um suporte em madeira para ler a Bíblia que já não aguentava nos braços. Não era religioso, lia como quem estuda a história passada. Substituiu-a pela biografia do Mandela que lhe trouxe.

Fez-me muitas perguntas sobre os movimentos políticos mundiais de que tinha notícias por uma pequena televisão. Dizia- se surpreendido com grandes manifestações sindicais na Europa, notando que os trabalhadores se uniam por profissões, vindos de várias partes dos países e até de outras nações. Tanto eram operários, como professores ou médicos. Perguntava: "será que no Brasil teremos organizações assim?" E concluiu com tristeza: "Eu acho que o Brasil não tem um povo. Tem é um "mundão de gente".

Impressionou-me o seu pensamento. Revelava uma observação profunda feita durante toda a sua vida, de filho de escravos, menino de rua, biscateiro, ajudante de quem trabalhava aprendendo as várias profissões, tomando conta da propriedade de quem gozava do conforto de classe média procurando conhecer o que era ensinado nas universidades e ocorria no mundo.

De fato o colonialismo no Brasil destroçou o povo nativo, trouxe escravos separando as famílias e tribos para evitar que as identidades gerassem resistência, não transpôs comunidades portuguesas mas sim elementos esparsos que eram colhidos para compor o pessoal das caravelas, importou meninas de orfanatos franceses para formarem famílias, e com o Império organizado vieram imigrantes de vários países europeus a quem entregaram terras para formarem as suas comunidades. Diferentes todos, nas culturas e nas situações sociais, sem uma estrutura nacional para produzir e para formar uma cultura que os unisse.

Com a implantação do sistema capitalista cada região recebeu de fora o seu comando. Os Estados desenvolveram-se como puderam, dependentes do latifúndio ou de impulsos industriais diversos. São Paulo foi enriquecido pelas instituições financeiras necessárias a todos e distribuidas desde a Inglaterra e os EU. Fez-se a capital econômica e polo de poder. A capital Federal ficava mais próxima do latifúndio e administrava de longe o país. O extenso Maranhão só recentemente, com o governo de Flávio Dino, deixou de ser um domínio oligárquico para integrar a nação e sair do atraso.

Getúlio vislumbrou a necessidade de estruturar a nação em torno das grandes empresas nacionais. Sem poder para enfrentar os donos da dinâmica nacional deixou o projeto como testamento. A inspiração chegara depois da grande guerra, da experiência socialista da URSS e do despertar do ensino universitário integrado por organismos internacionais como a CEPAL, da ONU. Chegou também a ditadura militar repressora de movimentos sociais e políticos para evitar a emancipação nacional.

No bojo deste despertar da identidade nacional afogada em crimes até hoje não desvendados surgiram das oligarquias e das universidades políticos capazes de exercerem lideranças conservadoras ou sociais-democratas inspiradas desde os países mais desenvolvidos. A esquerda perseguida sempre semeou a luta popular e os objetivos revolucionários sem conseguir uma estrutura sindical na falta de uma organização da produção nacional. O modelo também era externo, de culturas completamente diferentes do nosso "montão de gente".

Foi Lula quem abriu o caminho, primeiro na luta sindical que se espalhou pela indústria das grandes empresas estrangeiras em S.Bernardo. Inspirou a burguesia nacional que viu a oportunidade de superar as oligarquias e aglutinar as esquerdas no PT. Lula eleito abriu um projeto nacional para o desenvolvimento levando a Bolsa Família, a água e energia elétrica para abastecimento doméstico e irrigação das culturas, saúde e escolas para todos. A inexistência de uma estrutura de classe trabalhadora, de uma política consequente que fizesse o uso da riqueza depender dos passos de desenvolvimento das forças produtivas nos centros urbanos e com a reforma agrária no latifúndio, permitiu que as antigas lideranças oligárquicas tirassem proveito dos altos cargos ocupados pela elite no Estado e nos Parlamentos.

Hoje este problema é debatido amplamente. Deve ser aprofundado pois a compreensão dos enganos causados por ignorância de conceitos políticos - socialismo não é social democracia que segue neo-liberalismo, democracia não depende da autorização da elite, generosidade não é solidariedade, etc.-  continua permitindo que um ilustre oligarca de raiz se transforme em simpático às transformações revolucionárias. Como os que sairam do ARENA para o MDB, do PMDB para o PSDB, ou de uma juventude anti-ditadura para a promoção do golpe para vender o Brasil na feira internacional.

Com todas as experiências hoje estrutura-se um "povo" como reclamava o Cassiano. As escolas públicas produziram cientístas, profissionais, artistas e líderes. Os sindicatos descobrem que unidos defenderão uma legislação trabalhista. Os petroleiros defendem a empresa estatal, os sem-terra provam que só eles, unidos, defendem uma alimentação sem venenos. As mulheres impõem o seu valor, as etnias expulsam os preconceitos. Os cidadão defendem todos os seus direitos. Unem-se pelas suas características de vida, de trabalho, definidas as identidades que superam fronteiras geográficas e estruturam o povo. Este povo é que apoiará uma plataforma governamental e votará um Referendo para revogar todas as vendas ilícitas do patrimônio nacional.

Zillah Branco