domingo, 11 de dezembro de 2016

Cuba é socialista e soberana


A pequena ilha de Cuba venceu a miséria e o imperialismo, liderada por Fidel Castro e sua equipe de revolucionários que se multiplicou desde as primeiras ações de luta contra a ditadura de Batista, passando de um grupo a um povo.

Os revolucionários venceram uma ditadura que mantinha a miséria e o domínio de empresários de bordéis, sob a tutela dos Estados Unidos, que faziam da ilha um lugar de turismo, de exploração criminosa da população e da prática de corrupção e fraudes financeiras.

Enfrentaram a grande tarefa de limpar o país de todas as instituições que eram controladas pelo imperialismo e de reconstruir a pátria de heróis - como Maceo e Marti - e tantos outros que morreram na defesa intransigente dos valores éticos da história de um povo trabalhador e da soberania nacional. Mudaram tudo o que devia ser mudado abrindo as portas à Revolução e ao Socialismo.

Como referiu José Reinaldo do PCdoB através do portal Vermelho (01/12/16) citando Fidel:

"Revolução é sentido do momento histórico; é mudar tudo o que deve ser mudado; é igualdade e liberdade plenas; é ser tratado e tratar os demais como seres humanos; é emancipar-se por nós mesmos e com nossos próprios esforços; é desafiar poderosas forças dominantes dentro e fora do âmbito social e nacional; é defender valores nos quais se crê ao preço de qualquer sacrifício; é modéstia, desinteresse, altruísmo, solidariedade e heroísmo; é lutar com audácia, inteligência e realismo; é não mentir jamais nem violar princípios éticos; é convicção profunda de que não existe força no mundo capaz de esmagar a força da vontade e as idéias".

Esta reconstrução da Pátria cubana só foi possivel porque o povo aceitou os sacrifícios da pobreza e trabalhou com coragem e a alegria dos justos na construção das forças produtivas, na produção alimentar, na criação das infra-estruturas para o desenvolvimento nacional, no combate ao analfabetismo e na educação em todos os níveis - cultural, ideológico, científico e artístico - e na proteção social dos cidadãos com habitações, serviços médicos e sanitários, transporte e alimentação básica.

Durante quase 60 anos a ditadura do imperialismo manteve o embargo às relações internacionais com Cuba, e a CIA tentou (sem exito) 638 formas de assassinato de Fidel Castro. Este poder supra nacional foi vencido pelo heróico povo cubano liderado incansavelmente por Fidel e, quando doente, por seu irmão Raul Castro.

O mundo todo percebeu que um povo livre de uma nação soberana, resiste à pobreza e ao assédio assassino de um império que tem pés de barro no sistema de poder das elites que escravizam os que trabalham. O mundo todo percebeu que a ditadura foi a imperialista que promove guerras e corrupções para enfraquecer os povos e dominá- los. O mundo todo percebeu que o que salvou Cuba foi manter-se no sistema socialista dirigida pelo herói revolucionário Fidel Castro. Cuba é Fidel!

A ONU reconhece o exemplar desenvolvimento social de Cuba -  onde os tufões que causam vitimas mortais nos paises vizinhos, inclusive nos ricos Estados Unidos, apenas destroem recursos materiais na ilha onde a solidariedade socialista protege as vidas - que atende a saúde de toda a população, garante a formação escolar gratúita, reduz drásticamente a mortalidade infantil, forma médicos que colaboram com os países que os recebem.

Ao contrário, a pobreza na União Europeia atinge 25 milhões de crianças; cerca de 25,2 milhões de crianças e adolescentes (26,9%), estavam em risco de pobreza ou exclusão social, nos 28 países da União Europeia, percentagem que é superior nos países do Sul afectados pela crise, onde a pobreza e exclusão ameaçam uma em cada três crianças.A estes juntam-se 4,6 milhões de jovens entre os 15 e os 24 anos (20,4%) que se encontravam sem emprego em 2015. De resto, um em cada quatro cidadãos da UE (118 milhões de pessoas ou 23,7%) continuava em risco de pobreza ou exclusão social em 2015.

Esta é a triste realidade do continente mais rico do sistema capitalista.

Zillah Branco

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A lógica do poder contra a lógica do viver

A crise do sistema capitalista, que é traduzida em termos financeiros com estrondosas falências de bancos e denúncias de corrupção sem limites, tem despertado em todo o planeta a atenção para outras crises que estão no DNA do sistema: 


A crise dos princípios éticos e da capacidade humanitária de respeitar a igualdade dos cidadãos, a crise de pudor dos que exibem a desonestidade como esperteza, a crise do desrespeito pelos direitos humanos e de cidadania, a crise moral dos que manipulam a formação cultural através da mídia.

Conclui-se, diante dos abusos de poder, dos golpes contra a democracia, das invasões e guerras que destroem civilizações, da promoção de grupos terroristas que chacinam inocentes, dos desvios do patrimônio nacional para favorecer negócios escusos e privar o povo dos recursos sociais, que o raciocínio capitalista parte de uma lógica do poder contrária a lógica do viver que rege uma política socialista.

A ambição da elite está centrada na acumulação de capital, os altos salários, a promoção da supremacia pessoal, mesmo que escondendo incompetências, ilegalidades, mentiras e falsidades de todo tipo. O comportamento da Câmara Federal na teatral sessão de aprovação do impeachment contra Dilma; as declarações boçais de deputados que falam em "golpe democrático"e demonstram total ignorância da função que exercem; o comportamento irresponsável de senadores, ministros, magistrados, que se protegem da lei com falsas "delações premiadas" e a imunidade devido ao cargo que ocupam; as visíveis irregularidades de um sistema político que mantém um terceiro poder, o judicial, fora do controle democrático eleitoral e com benefícios financeiros e de estatuto profissional acima do estabelecido para o Estado como perversa corrupção e poder sem submissão ao próprio sistema político; indiciam uma crise de valores incompatível com o nível civilizatório que as sociedades já alcançaram. Será devido à lógica que orienta o capitalismo ou uma crise de QI (quociente de inteligência)?

Um professor universitário chinês, em entrevista televisionada, criticou os EU por dar vistos a qualquer profissional que quer fazer altos estudos científicos nas suas instituições universitárias, porque lá deixa o seu now how enriquecendo o país. Aquele país que se considera democrático mantém uma elite cada vez mais distanciada da grande massa populacional que é formada pela mídia divulgando uma cultura de baixa qualidade para (de)formar "populações burras" facilmente controladas por temas em quadradinhos, shows ridículos com som elevado, movimentos rápidos e luzes intermitentes para provocar as reações cerebrais descontroladas como de "comportamento com coleira". O que dizem os médicos e especialistas em psicologia? Estarão também inertes pelas condições privilegiadas que auferem?

Mas não só no Brasil a crise de QI ou de responsabilidade profissional revela a falência do sistema capitalista. Em Portugal, um renomado economista-filosofo, que navega por altos cargos nos bancos, desconhece aritmética ao dizer que "ha 50 anos o povo português sofria a mesma austeridade que hoje. A diferença é que agora os pobres têm ambições de consumismo". Deixa a culpa para os que são formados pela imbecilizante mídia que promove as vendas de um mercado para enriquecer seus empresários. A sua filosofia também passou ao largo da ética e do humanismo que ensina a respeitar direitos sociais de seres humanos pobres, e da história nacional que revela há 50 anos um Portugal sob uma ditadura fascista. Custa-me dar o nome deste renomado profissional que escorrega nas suas explicações não por ter precária inteligência, mas por ser um repetidor da lógica do capital que lhe garante altos salários.

Mas, é indiscutível que o poder capitalista domina o planeta e os seus líderes foram formados para juntar dinheiro e não para resolver problemas sociais. Preferem matar (ou deixar morrer) os idosos que, como diz a diretora do FMI, constituem um problema insolúvel por não produzirem mais e necessitarem recursos que fazem falta a outros. Também não se pode pensar que a senhora Lagarde está com carências do QI, o mais certo é que estupidificou com o uso continuado da lógica capitalista e perdeu a perspectiva de ser humano normal.

Não é por acaso que uma juventude saudável, ainda na escola secundária, tem desenvolvido manifestações surpreendentes em defesa do ensino no Brasil contra o malfadado PEC 241 produzido pelo retrógrado Temer e sua equipe (especialistas na lógica do capitalismo). Esta juventude nasceu no período de limpeza mental introduzida pelas medidas democráticas trazidas por Lula ao Brasil. Será difícil colocar a "coleira da estupidez" em quem não se deixou escravizar pela mídia e conheceu tantas alternativas socialistas de apoio aos mais pobres que escrevem a história mundial.

Crianças pensam com liberdade e ficam com a inteligencia lúcida. Uma conversa com garotinha de 6 anos que explica aos adultos o filme que viu: "No Egito antigo, faraós "folgados" faziam piramides sem trabalhar, os escravos sofriam para carregar aquelas pedras enormes e morriam de fome e esforço no lugar deles, que iam para caixões cheios de ouro e joias!". Outra, de 7 anos, vai ajudar alegremente o tio a lavar e secar a louça acumulada: ele termina a sua parte e vai deitar-se no sofá enquanto ela continua sozinha a trabalhar murmurando "assim é uma escravidão!". Não têm a lógica do sistema em crise e tanto aprendem a ser solidárias e ver no trabalho coletivo um prazer como sabem defender-se da falta de correspondência no adulto que pediu ajuda e "explorou" a sua boa vontade.

Uma jovem de 16 anos, Ana Júlia Ribeiro, deu uma aula de cidadania ao discursar dia 26/10/16 na Assembleia Legislativa do Paraná para demonstrar a legalidade e a legitimidade do movimento de ocupação (de mais de 1200 das escolas) que se alastrou pelo Brasil. Disse da formação que este processo de participação política da juventude contra o PEC 241, que os obriga a discutir as informaçōes da mídia e os insultos divulgados, melhor que estarem enfileirados em uma aula padrão. Responsabilizou os representantes do Estado pela morte de um jovem combatente pela causa da educação e os ferimentos de muitos nos confrontos com a Polícia.

Vivemos um momento de grandes mudanças neste confronto entre o mundo capitalista em crise e uma parte da sociedade, em todo o planeta, que despertou para caminhos alternativos a serem criados a partir das experiências que revolucionaram os conceitos fixos e autoritários com que os "donos do poder", em cada momento histórico, tentaram embrutecer os cidadãos para que cumprissem ordens sem discutir, aceitando como fatalidade a existência de uma elite soberana.

A nível internacional as análises que referem com indignação o golpe temeroso e covarde no Brasil são mais que muitas. Refiro algumas:

. Max Neef, economista norte-americano, diz que o neo-liberalismo mata mais que as guerras, com produções de objetos inuteis e formando consumistas desvairados.

. Em 21/10/16, no Bundestag, Parlamento da Alemanha, o partido Esquerda pediu o repúdio ao governo de Temer e a CDU, partido de Angela Merkel, ressaltou a crise economica que agora prejudica o Brasil ( parceiro da Alemanha). No final da discussão, o Parlamento concluiu que o Supremo Tribunal Federal (brasileiro) é que deveria resolver o problema do seu país.

. 19/10/16 Geoffrey Robertson australiano formado advogado renomado Oxford, fez uma brilhante carreira na Inglaterra sobre Direitos Humanos e apresentou defesa de Lula à ONU acusando o sistema jurídico brasileiro, formado por Portugal em 1820 ainda sob inspiração no sistema inquisitorial católico do sec XVII. (é visível para qualquer democrata que o "terceiro poder" existe como se fosse uma antiga monarquia)

. O discurso do Presidente da Russia, em Sochi dia 24/10/16 demonstra que os Estados Unidos tem liderado um processo imperialista que se recusa a ouvir os povos que estão lutando pela paz e sendo destroçados por guerras provocadas pela insanidade de grupos terroristas mercenários que recebem armas e dinheiro dos que ambicionam o petróleo e as riquezas dos países àrabes.

São muitas e variadas as vozes que hoje começam a levantar-se mundialmente propondo mudanças na maneira de pensar e agir, ou seja na aplicação de uma lógica adequada à defesa da humanidade e da natureza do planeta e não das instituições financeiras como quer a elite imperialista que ocupa o poder mundial.

Se o sistema faliu e a sua estrutura mostra-se incompetente ou inerte para salvar os países, temos o dever de buscar uma alternativa a partir de outra lógica. E esta alternativa está na mente e na ação das novas gerações.


sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Do desabafo à ação

Toda a gente tem direito de desabafar, eliminar as toxinas, esvaziar a pressão sobre o fígado e o cérebro, cuspir a indignação. E assim as pessoas vão conhecendo os que pensam o mesmo sobre o golpe criminoso que destroçou a estrutura institucional do Estado Brasileiro. 


Também é necessário ir observando como se comportam os que permanecem nos seus cargos de confiança política, agora com o novo patronato, e os que no Parlamento votam a favor das medidas demolidoras das conquistas sociais já alcançadas.

Ficamos surpreendidos com a participação de antigos partidos que um dia foram democráticos e agora votam com os golpistas. Que os militantes que ainda conservam a memória da luta contra a ditadura se retirem dessas legendas para não ficarem do lado errado. É hora de definição para prosseguirmos a reconstrução das bases institucionais do Estado e seu Governo.

Cada partido fará a reflexão sobre os seus erros, suas ausências, em busca do caminho coerente com os princípios que defende em teoria. Olhando em torno perceberá a realidade dos outros partidos, das organizações de massa, dos variados grupos de pessoas unidos em defesa das suas causas. O importante é, diante do inimigo comum, construir uma relação para seguirmos unidos. A fase das "alianças" oportunistas ficou para trás com quem não tem objetivo de luta pela reconstrução do Brasil democrático. E qual é o inimigo comum?

Não vamos começar a dar os execrados nomes dos golpistas porque a lista é longa e antiga. O importante é identificar o alvo do golpe: a estrutura do governo que abriu as portas do Estado para toda a população brasileira participar dos direitos de cidadania e melhorar o seu nível de formação e de vida. Esta estrutura estava sendo contruida por militantes da democracia, das mais variadas origens políticas, religiosas ou filosóficas, com o apoio do Estado e de governantes identificados com a mesma meta. Desde os primeiros momentos do Governo Lula começaram a se definir dificuldades para que os recursos dos mais ricos não fossem compensar a miséria dos milhões de famílias que minguavam com a fome e a miséria.

Viu-se que o sistema financeiro - amarrado aos centros de poder bancários internacionais - forjava obstáculos para não deixar que as instituições sociais do Estado atendessem gratuitamente os cidadãos mais pobres - nos setores de saúde, educação, assistência social, transportes, habitação popular, segurança pública - e começaram a surgir empresas privadas que concorriam com as do Estado e exigiam apoios financeiros. Os bancos ofereciam créditos, com remuneração para obterem maiores lucros, mas não participavam ao lado do Estado na criação de benefícios sociais. Ao ser criado o sistema de Bolsa Família, admirado em todo o mundo e elogiado pela ONU como solução para a fome no planeta, houve necessidade de acompanhar em todo o território nacional para evitar que fossem desviadas para os clientes dos chefes ricos que podiam interferir na distribuição. O trabalho dos diplomatas brasileiros foi fundamental para impedir a prepotência de governantes estrangeiros que tentavam sabotar o Brasil para que não tivesse voz entre as grandes nações que traçavam as condições políticas internacionais. Os militantes da democracia defendiam o Brasil, dentro e fora, sempre ameaçado pelos reacionários de sempre.

Com todas as dificuldades e erros ocasionais, os governos de Lula e Dilma levaram o Brasil a um patamar de importância pelo caminho democrático aberto e pela riqueza que desvendavam no seu território extraída das condições naturais mas também da produção intelectual, artística e criativa em todas as áreas do conhecimento humano, de um povo que construía o futuro com alegria.

A questão financeira sempre foi conhecida em todo o mundo por constituir uma forma de controle externo exercido pelas forças imperialistas. Assistimos através da história passada e presente nos continentes mantidos mais empobrecidos pela força dos domínios colonialistas, a permanente presença das empresas multinacionais dotadas de recursos financeiros e tecnológicos sugando a força de trabalho nativa de modo a impedir o desenvolvimento autônomo das nações dependentes. Também temos assistido à guerra fria contra os países socialistas que apoiaram a libertação dos povos durante 80 anos até que o imperialismo destruiu a União Soviética e os demais países socialistas da Europa. E, mais recentemente, acompanhamos com horror a escalada de invasões, guerras, chacinas de povos que resistem, movidas pelo imperialismo e sob o silêncio da ONU, para se apropriar de territórios ricos em minério, especialmente o petróleo, de antigas sociedades do Oriente Médio e Norte da Africa. Estas invasões criminosas destroem os Estados existentes, desorganizando as sociedades e ainda provocam conflitos internos alimentados por grupos terroristas financiados pela CIA e animados pela mídia ao serviço dos invasores.

Na América Latina, que nos últimos anos tem alcançado um nível de desenvolvimento social e econômico com governos progressistas como tivemos no Brasil, a ação imperialista tem sido menos visível por ainda não usarem os aparatos terroristas e de guerra aplicados nos demais continentes. A vizinhança dos Estados Unidos permitiu ao longo de mais de um século que os Estados marcados pelo poder oligárquico da colônia fossem permeáveis à infiltração da CIA que sempre manteve sob controle, por meio da corrupção e de outras formas de influências (criando assessorias privadas, terceirização de setores públicos etc) em convívio com as estruturas nacionais. Assim foi mantida uma política neo-liberal nos setores dirigentes da economia e finanças, apesar das iniciativas de cariz social no atendimento direto à população.

O que não se havia observado ainda era o domínio orgânico sobre o funcionamento do setor judicial, tal como o financeiro, que se revelou, com o golpe, inteiramente dominado e enredado nas malhas da corrupção que a mídia expõe por partes de modo a manipular figuras políticas como marionetes no desempenho do circo golpista. Todo o processo Lava Jato desempenhou o papel de eixo no controle meticuloso de políticos com altos cargos e de lideranças em partidos "aliados" e de juristas que passaram a defender posições partidárias pela via da "delação premiada". Lamentavelmente toda a estrutura judicial ficou paralisada e o povo se deu conta de que o Estado foi invadido por inimigos e não havia nem um setor de segurança para socorro.

Justificam-se os protestos e acusações como desabafo. Mas as conquistas sociais fazem hoje parte da história do povo que saiu do obscurantismo, do medo, da incapacidade de produzir e criar idéias. Ao alcançarmos uma unidade de esquerda, sem conflitos de aspectos secundários, definido o inimigo comum e a meta de reconstrução de uma estrutura institucional democrática brasileira, temos uma grande tarefa pela frente para ser trabalhada com energia e confiança! É hora de agir, sem vaidades e visão individualista! Em causa está o nosso Brasil!

domingo, 9 de outubro de 2016

Os que não eram democratas, mas sim carrapatos

Aos poucos os covardes vão declarando inocência quando se exibiram como defensores da democracia nos governos PT: a dondoca Marta, o decorativo Temer e outros - estavam ali como jarrões, mas não tinham compromissos com o programa do Governo. Entendiam que "aliados" eram como "amiguinhos" na hora da festa.


Se não trabalhavam para executar o programa do Governo, devolvam os salários e desinfetem o lugar que ocuparam. Vergonhoso o papel de ratazanas que assumem hoje ao saltarem do barco que afundam, os jarrões que (além dos salários e benesses dos cargos) usaram o poder que lhes foi conferido (ingenuamente pelo povo que hoje se vê traído) para distribuir criminosamente empregos e verbas com o dinheiro público. Isto os "juízes" de hoje não veem? Ou também eles confessam ter vivido como "decorativos" no terceiro poder do Estado durante 13 anos de bons salários e promoção midiática?

Aos poucos vai-se percebendo que as alianças políticas dos que se diziam "de centro" obedeciam apenas o oportunismo dos que reconheciam a força da esquerda com um programa democrático de defesa das camadas mais pobres. Os oportunistas sempre foram ladrões e mentirosos, como a história sempre mostrou através dos tempos. E o ato final do falso papel escolhido é a traição, o golpe. Agora confessado nos Estados Unidos onde "Fora" Temer presta contas aos patrões.

As teorias sobre os processos de luta social já explicavam, mas as mudanças só ocorrem quando o povo toma consciência de que foi enganado. E isto ocorre quando o poder entra em crise revelando os seus podres internos: as alianças com inimigos, os decorativos que comem calados, as dondocas usurpadoras, os covardes que poluem as funções da justiça, os rombos no cofre com o escoamento da riqueza para os bolsos milionários.

É um processo histórico que desvenda os erros de quem escolheu mal o seu candidato nas eleições. A culpa não é do eleitor, é de quem manipula a opinião pública, os mentirosos de sempre, os lobos vestidos de cordeiros, a mídia financiada pelo império. Os ingênuos são conduzidos às cegas e fazem o que lhes mandam sem pensar com a própria cabeça.

Mas o Brasil teve 13 anos de respiro, com o aceno da liberdade cidadã. Hoje vemos o fruto: 54 milhões de brasileiros votaram contra os que preparavam o golpe e uma juventude corajosa vai às ruas denunciar a traição e exigir novas eleições diretas, já. Em eleição condicionada por um governo golpista mais de 3 milhões de eleitores desistiram de dar o seu voto. Desacreditaram o sistema político que os abandonou na hora em que o Governo foi invadido por uma gangue criminosa. É hora de parar para pensar com a própria cabeça e resolver os problemas de sobrevivência. A população vai se organizar em função das necessidades básicas, descobrir os seus líderes, recomeçar a manifestar os seus anseios para definir um plano de governo adequado ao Brasil independente.

Os 13 anos de experiência democrática foi o grande passo histórico para desmascarar as oligarquias que sempre estiveram ao serviço de colonialistas e imperialistas. A história é lenta e o subdesenvolvimento ainda domina o país, apesar de umas "bolhas" de sociedade moderna e desenvolvida. Mas o passado foi abalado. Agora enfrentaremos uma situação que se clarifica no mundo inteiro com a crise do capitalismo, os seus estertores terroristas, os golpes dos sabujos.

Vemos as medidas adotadas pelo sistema capitalista para enfrentar a crise financeira em todos os continentes: perdão aos crimes dos ricos, desvio de recursos dos Estados para os bancos privados, criação de Estados Mínimos, austeridade para os trabalhadores, esmolas para os desempregados e para os refugiados, ajuda humanitária para os famintos de países onde as riquezas são continuamente roubadas pelas empresas multinacionais com a ajuda da CIA na promoção de conflitos étnicos ou religiosos e no apoio á juventudes desesperadas para se tornarem terroristas. É visível a existência de um governo supranacional que centraliza o poder militar, a formação cultural dos povos, os recursos financeiros, as transações comerciais. Mas tem pés de barro, porque a humanidade precisa ser livre para ser feliz e refaz o seu caminho com as pessoas em que confia, honestas e capazes de lutar pelos interesses do país, do desenvolvimento nacional, da melhoria de vida dos trabalhadores, ou seja, com um programa de ação verdadeiro.

Por isso queremos novas eleições diretas para reconstruir um governo sem ratazanas à mistura; por isso vamos escolher bem os representantes do povo com conhecimento da realidade e coragem para construir soluções. 


quinta-feira, 6 de outubro de 2016



Reflexões para debate interno


O Brasil persiste na sua feição colonizada e oligárquica: os colonizadores variam e disputam o controle da produção brasileira entre si, as oligarquias submissas ao controle externo organizam empresas e lucros, a população anseia por um emprego remunerado e copia o comportamento da burguesia como objetivo de melhoria de nível de vida. Absorvemos os ensinamentos universitários dos países desenvolvidos, procuramos exemplos revolucionários externos, aplicando as fórmulas sem conhecer a realidade brasileira. Não elaboramos um programa nacional de desenvolvimento a partir das riquezas e contingências brasileiras, menos ainda da capacidade do povo reconstruir a sociedade.
O PT, ao criar uma aliança das esquerdas resultante da pressão ditatorial, desempenhou importante papel político levando uma parte da burguesia a seguir o rumo traçado por Lula como trabalhador e sindicalista. O entusiasmo foi dado pela liderança de um trabalhador brasileiro, nacionalista e com as qualidades de um povo que luta, ri e canta, com coragem para enfrentar o mundo mesmo desconhecido. As velhas oligarquias desapareceram do cenário partidário, diluindo-se por cargos públicos com discursos democráticos aliados ao PT como ponta de lança. Mas não apareceu um plano nacional de desenvolvimento e os novos eleitos adaptaram-se à velha máquina institucional do Estado, com seus vícios e dependências do poder externo.

Com o ambiente de liberdade, muitas iniciativas foram tomadas para combater a miséria – fome e desamparo institucional – que sempre acompanharam o subdesenvolvimento nacional apesar de “bolhas” de modernização em cidades onde foram implantadas expressões da Revolução Industrial externa onde uma burguesia se instalou para melhor servir de elo com o sistema capitalista comandado pelo imperialismo. As iniciativas sociais ficaram coladas ao Governo que desempenhava um papel de “oligarquia” democrática. A falta de um plano de desenvolvimento ligado à realidade nacional permitiu que fossem lançadas metas de enriquecimento superficial de uma classe média que se distanciava dos operários recebendo investimentos concedido pelo sistema financeiro dirigido pelo imperialismo.

A preparação de um golpe para repor uma ditadura controlada pelas forças externas contou com a festividade de uma “esquerda” sem programa ideológico para elaborar o plano de desenvolvimento nacional. Deu início com o processo de formação cultural através da mídia, de corrupção de políticos e altos dirigentes do Estado, seguido pela formação de partidos de direita travestidos de democratas e pela criação de uma facção golpista dentro do maior partido da base governamental. As eleições foram transformadas em eventos festivos e “abandalhados” com pretensos “candidatos populares”. Com estas novas alianças que defendiam interesses da alta classe média empresária e assumia funções na Previdência Social e de defesa da privatização e terceirização nos setores de saúde, ensino, transporte, lixo, controle da poluição, agronegócio e outros, a Presidência deixou de cumprir os compromissos com os trabalhadores mais pobres e passou a conduzir uma política econômica e financeira neo-liberal. 

A esquerda consequente procurou corrigir pontualmente os erros mantendo a defesa do PT, de Lula que continuou a manter a liderança carismática que o povo respeita, de Dilma pelo seu valor pessoal e de Presidenta. Desta forma não pode definir o seu compromisso com um programa de desenvolvimento nacional que ficou apagado pelos erros do governo. O golpe foi realizado e o povo e os partidos de esquerda viram-se impotentes perante o acovardamento institucional e a natural desconfiança das camadas mais desfavorecidas da população. As diferentes tendências da esquerda militante também não se somaram, vítimas das desconfianças surgidas em um processo confuso e mal analisado.

O único programa de governo consequente ocorreu no Maranhão, sob a liderança do PCdoB, que segue um caminho de aliança com a comunidade contra um inimigo comum que estava definido como a velha oligarquia da família Sarney. Isto permitiu que a política fosse de alianças dos grupos que representam a sociedade para cumprir um programa de desenvolvimento estadual com base no conhecimento da realidade. Além de manter a coerência ideológica do Partido, contou com a competência militante, profissional e pessoal de Flávio Dino que soube manter as instituições sociais organizadas dentro de um padrão de contenção das despesas e voltadas para o atendimento das necessidades prioritárias dos cidadãos e do Estado. A estrutura institucional serve à participação dos cidadãos, não o contrário como a nível de governo nacional.

A crise do sistema estará mais perto de um país que tem a sua independência comprometida com o poder externo, sem a organização das suas forças produtivas e um programa de desenvolvimento econômico e social. Se continuarmos a valorizar o Brasil pelas riquezas que pode exportar sem incorporação de trabalho ou vender ao turismo que é dominado pelo critério apenas comercial, e aceitarmos a prioridade da acumulação do capital sobre o investimento social, o peso da crise será insuportável e acentuará a péssima distribuição de renda que pesa na sociedade brasileira. É o que está sendo imposto pela União Europeia às nações soberanas do continente europeu e aos países do Oriente Médio destroçados pelas invasões da OTAN.

Impõe-se a definição de um plano de desenvolvimento nacional sem subordinação aos parâmetros do neo-liberalismo, com a devida “tradução” para que o grande público perceba a sua lógica e desenvolva a consciência política que será fundamental para a sua participação.

sábado, 24 de setembro de 2016

Tirar o Estado da lama



O Brasil é um extenso e rico país com uma população de mais de duzentos milhões de habitantes herdeiros de DNA das mais variadas etnias que compõem a humanidade. Absurdamente tem um Estado Mínimo e é dirigido por uma oligarquia. Realmente a democracia passa ao largo. Mas é pior, tem um governo golpista que só não cai porque os dirigentes do sistema judicial não aplicam a Constituição e agem como coniventes e irresponsáveis contra as seguidas manifestações populares. Não sou só eu quem diz isto, tenho o prazer de secundar o eminente jurista Fábio Comparato que fez uma honrada declaração pública e o ex-presidente da OAB do Rio de Janeiro, hoje deputado federal, Wadih Damous que põe a defesa da Justiça e da dignidade acima do mar de lama que invadiu a administração do pobre e mínimo Estado brasileiro.

É difícil conter a indigação, para eles e para nós, depois do espetáculo midiático organizado para denunciar fraudulentamente o ex-Presidente Lula com base em "convicções" e "acho que" de um bando de delinquentes que representaram o MPF impunemente. Uma vergonha nacional comentada em todo o planeta que só não atinge os milhões de brasileiros que vão trazer Lula ao seu lugar de "melhor Presidente da história do Brasil" em 2018. Conseguimos conter a indignação para tranquilamente organizar as formas de participação popular na recontrução de um Estado Social, que não será "Mínimo" como gosta a elite oligárquica.

Um Estado que não é subserviente ao mercado dirigido pelo império capitalista, que investe na produção nacional e nos trabalhadores do Brasil, que equilibra a distribuição de renda para acabar com a miséria e também com o enriquecimento ilícito, que defende a Justiça que emana da Constituição, que não aceita ser representado por bandidos e covardes, que garante os Direitos humanos e de cidadania, que é solidário com os povos em luta contra a exploração e o fascismo.

Temos a "convicção" de que as ações de Fora Temer, de mister Meirelles e do eterno ex-candidato Serra, somadas ao retumbante fracasso de Eduardo Cunha e a bruxa Janaina que o defendia, mais o "atentado fascista" perpretado em nome do MPF, foram um tiro-no-pé da quadrilha e reforçaram a consciência popular de que só alguem com as qualidades heróicas e patrióticas de Lula poderá retomar a condução do Brasil democrático que queremos. E será dado um passo adiante com a participação permanente do povo na defesa das conquistas democráticas e da defesa da dignidade nacional.

Hoje está claro que a raiz histórica dos problemas administrativos do país está no poder de uma oligarquia que mina 500 anos de história do Brasil. Os seus agentes simulam defender o povo e a democracia mas escamoteiam as verdadeiras intenções que são ditadas pelos seus chefes internacionais que só raciocinam em função do capital que circula pelos seus bancos e nos altos juros obtidos com as transações. Os partidos que usam a democracia no seu nome devem extirpar os maus elementos que se revelaram golpistas e reciclar os que se acovardaram e pretendem vir a ser democratas. É uma questão de honra.

Os brasileiros têm condições de impor um regime democrático depois de quatro governos com um programa de Fome Zero, Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos, defesa da saúde pública, melhoria da educação, combate ao desemprego, apoio à investigação científica e à produção cultural, infra-estruturas para o desenvolvimento do Brasil profundo, integração latino-americana, participação na política internacional e agora o impulsionamento das Cidades Humanizadas. O Estado Mínimo, um "faz de conta" para o povo e instrumento de poder para a elite submissa às exigência do imperialismo, contraria a democratização da sociedade que reduz o fosso das desigualdades entre classes e impede o desenvolvimento nacional independente.

Não queremos que o modelo imposto na Europa - pela União Europeia casada com o FMI - que afundou os países na austeridade que poupa no desenvolvimento nacional e na vida dos trabalhadores para enriquecer milionários. A crise europeia está à vista de todos e sem solução enquanto os "golpistas de lá" se defrontam com o perigo de fazer ressurgir o fantasma da guerra e do fascismo que só foi derrotado em 1945 porque havia um Estado Socialista para agir em defesa da humanidade.

O programa de Fora Temer e sua quadrilha é a fotocópia do que foi implantado pela União Europeia para empobrecer os países que trocaram a independência por créditos mal aplicados, com um ajuste fiscal que congela os orçamentos das áreas sociais, altera a legislação laboral retirando direitos dos trabalhadores, reduz a segurança estabelecida na Previdência Social e abre caminho para um regime de exceção que é ditatorial. Ainda está presente no Brasil os efeitos de 21 anos de ditadura com o rol de crimes ainda por punir. Também não foram apagadas as ações positivas de democratas como Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, que dirigiam o antigo MDB e morreram cedo deixando espaço para que os atuais dirigentes dos partidos herdeiros emporcalhem a sua memória.

Vamos retomar o rumo aberto por Lula e limpar a estrutura administrativa do Estado que abriu caminho para o golpe que subalterniza o Brasil.

Zillah Branco

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A faxina é agora indispensável

Mister Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda de Fora Temer, diz que "no Brasil há muito para ser privatizado", acrescentando que no mundo há muito dinheiro e que os Governadores dos Estados poderão também privatizar as suas empresas. Parece anunciar uma liquidação das riquezas que o povo brasileiro trabalhou para financiar o desenvolvimento da Nação independente. É daqueles que se puder colocar umas rodinhas na própria mãe anuncia a senhora como carro usado.


Sabemos que esta peça foi formada por WallStreet, mais diretamente o Banco de Boston. O seu comparsa na destruição do país (que pertence a mais de 200 milhões de brasileiros) é o ex-democrata José Serra, feito Ministro da Defesa, que fecha embaixadas como se fossem balcões de negócios em países sem compradores dos produtos oferecidos. O chefe Fora Temer, campeão Olímpico de vaias, revela-se incompetente para gerir a liquidação prometida aos Estados Unidos na sua antiga função, denunciada pelo Wiki Leaks, de serviçal informador.

Parece aos humanos, dignos deste título, de muito mau gosto tal governo para um país que cresceu e se humanizou com a sofrida resistência aos 21 anos de ditadura desde 1964 e que elegeu Lula e Dilma com um programa de crescimento econômico prestigiado internacionalmente promovendo o fim da Fome e a integração popular nas condições de cidadania. Não fosse a fragilidade do sistema judicial, com as suas contradições internas, e do sistema de alianças partidárias descomprometidas com os votos democráticos, este golpe criminoso não teria ocorrido.

O país avançou, a economia cresceu, o povo adquiriu consciência dos seus direitos de cidadania, as áreas esquecidas do Brasil profundo receberam infraestruturas, os brasileiros antes marginalizados foram alimentados e introduzidos na sociedade, milhares de iniciativas aperfeiçoaram os serviços públicos da saúde e da educação, organizaram a Petrobrás que hoje atrai a cobiça dos eternos colonizadores e ladrões das riquezas nacionais. Ainda falta muito para poder defender os criadores das riquezas e impedir os assaltantes inescrupulosos, mas a possibilidade de instalar um regime democrático foi provada.

A oposição alimentou as redes criminosas que pareciam agir por conta própria provocando acidentes, matando a esmo, iniciando distúrbios nas ruas e nas favelas; alimentou com formas de corrupção um setor ganancioso e desonesto com funções dentro do Estado enfraquecendo a coesão dos que lutam pela democracia; minou o sistema financeiro que condiciona a entrega de recursos para o desenvolvimento e favorecendo o enriquecimento ilícito que aumentou o fosso entre ricos e pobres.

E aí estão os golpistas com os pés amarrados em processos por fraudes e com a garantia institucional de que a Justiça não se faz. Eduardo Cunha, que além de todas as falcatruas usou a religião de uma Igreja Pentecostal para encenar no Congresso um teatro que desmoralizou a política brasileira, agora ameaça: "se me afastarem levo 150 deputados, um senador, um ministro"....provavelmente grande parte do governo interino. Tomara. Um bando de delinquentes, da pior espécie subiu como piolho por costura nos meandros do Estado. Não é a primeira vez que isto ocorre no Brasil dominado por oligarquias que se vendem na feira do imperialismo. Mas, pela falta de pudor, com uma sem-sem-vergonhice que ofende batedor de carteira, despertaram a revolta social e o desprezo mundial.

Foram cometidos erros por ignorância de quem nunca havia chegado ao poder governamental e que usou de boa fé para buscar alianças em cova de ladrões. Hoje sabemos que WallStreet preparou os que, sendo brasileiros antipatriotas, serviram de ponta de lança para dominar as finanças favoravelmente aos donos do Dollar. Foi o professor universitário Chossudowsky, do Canadá, que revelou a cilada em que os governos de Lula e Dilma cairão. Com a ajuda de boa gente que trabalha junto aos Estados imperiais ( felizmente está atenta e tem brio), vamos sendo alertados sobre os espiões tupiniquins que nos cercam. É que o problema que supurou no Brasil existe como câncer em todo o mundo. É um mal do sistema capitalista.

Mas não desanimemos, a ciência e o conhecimento objetivo dos fatos e das manigâncias evoluíram e há tratamentos que curam os organismos fortes. É preciso extirpar as células nefastas e limpar os tecidos sociais e institucionais. Vamos à faxina com a experiência que temos de lavar as escadarias, afastar os males, arrancar as pragas do jardim, esfregar com força as manchas mais profundas, raspar a porcaria que se infiltra nos cantos.

Fora Temer e sua quadrilha, que o Brasil é um país rico, feliz, solidário com os povos oprimidos, e é nosso - mais de duzentos milhões de brasileiros patriotas! Tem riqueza suficiente para organizar um Estado Social e aumentar o salário mínimo para que todos vivam como merecem e tenham emprego sem escravidão. Fora o ranço oligárquico da história nacional que impede a igualdade de condições de vida e a democracia!


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O golpe canalha

Os gritos contra as ditaduras multiplicam-se pelo mundo, o "terceiro mundo" que se escondeu atrás do termo "em desenvolvimento" para manter a esperança de acompanhar os países "mais organizados" que orientam o sistema capitalista no planeta. A globalização abriu portas de vai e vem, o que serve aos povos que aprenderam a lutar pelos seus direitos com as revoluções socialistas que ha 200 anos fazem escola mundial.


Enquanto as elites mais ricas exibem prepotentemente as suas habilidades em acumular o capital roubado aos que são permanentemente explorados (não só no terceiro mundo mas nas suas próprias nações), os trabalhadores e suas famílias unem-se mundialmente fazendo uso das informações que escapam ao funil da mídia restritiva especializada em imbecilizar populações distraídas. A elite especializa-se em gerir os recursos, as pessoas e os capitais, sem lembrar que estão a escravizar a humanidade e a destruir os últimos valores éticos que herdaram de uma história comum a todos. Acanalham-se aceitando formas de corrupção que os identificam como ladrões da sociedade e, vendendo a consciência, tornam-se escravos do sistema de exploração da humanidade que é ditatorial e terrorista.

A preparação de golpe, pela via da montagem de um caminho financeiro para enfraquecer a economia brasileira subordinada a forte dolarização, foi construída por WallStreet através de seus subordinados : Henrique Meirelles, Ilan Goldfnju e Armínio Fraga. Trabalham para provocar a desestabilização da economia brasileira que sofre uma sangria com o aumento da dívida externa. Quem afirma isto é o conhecido professor universitário Chossudowsky, do Canadá, referindo o "consenso de Washington" de fins da década de 90.

Mesmo podendo atuar no controle do Banco Central que Henrique Meirelles tentou tornar independente do poder governamental, não foi possível levar o Brasil a ser engolido pela crise do sistema que promoveu a destruição de vários bancos nos Estados Unidos e Europa, dada a pujança de empresas estatais como a Petrobrás e as múltiplas soluções para que a população que passava fome tivesse apoio direto do Estado e pudesse participar de um desenvolvimento nacional que construía passo a passo o caminho da capacitação popular para garantir a independência do Brasil. Convivíamos com os ladrões que sugavam as veias da nação e compravam consciências de candidatos a traidores da Pátria.

Mesmo nessas condições o Brasil foi reconhecido mundialmente pelo promissor caminho de desenvolvimento econômico, tornando-se membro do BRICS e do G20, cooperando com o progresso das instituições Latino-Americanas e afirmando a possibilidade dos governos combaterem o flagelo da fome e da discriminação social das populações autóctones no terceiro mundo.

Foi o momento que detonou a tendência golpista da oposição política dirigida pelos eternos candidatos vencidos em eleições democráticas, como José Serra e Aécio Neves que se reaproximaram de alguns elementos com cargos no Governo onde chegaram na carona das alianças. Liderados por Temer, seus prováveis cúmplices assumiram a vergonhosa condição de abrir caminho para um golpe político que desestabilizava o país permitindo o derrube da sua fortaleza econômica e social aguentada pelos milhões de trabalhadores e uma juventude estudantil que empenhara a vida na defesa da democracia. Foi um golpe canalha, vil, subalterno ao imperialismo, traidor da Pátria. Ecoou na memória dos democratas que assistiram o golpe de 1964 as palavras (repetidas agora pelo senador Requião) de Tancredo Neves: "Canalhas! Canalhas! Canalhas!"
Voltou à memória do povo brasileiro também a sua coragem de ir às ruas exigir novas eleições "diretas, já! " para não perder os frutos da transformação democrática tão sofridamente construída pelos brasileiros descentes e patriotas.

Fora Temer empossado às pressas como Presidente pelo hábil senador Renan Calheiros, que o substituiu enquanto tentava apresentar-se nos lugares de Dilma Rousseff no G20 e junto ao BRICS, confrangido pelas declarações internacionais que lamentam o golpe e recusam o golpista. Em São Paulo, Estado-feudo da reação (apesar de cidade aberta de luta jovem), a PM exerce a velha função terrorista de 64. Não têm pejo de recordar as torturas dos anos cinzentos que enlutaram o Brasil e os democratas de todo o mundo.

Mas a realidade mundial hoje é outra. No mesmo encontro do G20 (onde fora Temer), Obama foi repudiado pelo Presidente das Filipinas, e nada conseguiu em um diálogo com o Presidente da Rússia; as populações de Myamar, assim como de vários países do Oriente Médio e do Norte da Africa destroçados pelas invasões imperialistas, enfrentam policias para gritarem o seu direito à vida e à independência; os milhares de fugitivos das guerras terroristas financiadas pelos Estados Unidos e Israel, levam a sua imagem dantesca que lembra os extermínios fascistas da grande guerra pela Europa rica em busca de um socorro inexistente.

Frente a tais misérias, divulgam-se as listas dos depositantes em Paraisos Fiscais, veem à tona as maracutaias dentro de administrações públicas de corrupções na venda de submarinos, aviões e helicópteros de combate a incêndios, ou no investimentos a Bancos que desconhecem os direitos dos seus clientes de recuperarem as suas magras poupanças. O sistema capitalista vive da corrupção e ainda quer escravizar os trabalhadores fazendo pó das leis democráticas conquistadas. Os Direitos Humanos são desrespeitados sem que a ONU possa fazer valer a sua autoridade em nome da humanidade.

Qualquer protesto social hoje ecoa pelo mundo. Mesmo que a mídia fique muda, as redes criadas nas ruas e na net estabelecem o contato necessário para que o seu efeito seja multiplicado. Só mesmo a pequenez das pessoas ambiciosas e vendáveis leva alguns a reconhecerem Temer fora do contexto da sociedade brasileira. A canalhice não tem pátria, está à venda em qualquer lugar do mundo. Mas quem pisa a linha ouve o recado do seu povo e detona as guerras intestinas que ainda só borbulham.

O Primeiro Ministro de Portugal foi saudar o Presidente do Brasil. Diz ter ido a negócio entre Estados. Esqueceu-se da solidariedade internacional contra o impeachment forjado pelos golpistas que afastaram a legítima Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. Os negócios são prioritários, o som do capital é mais alto que o da consciência. O povo português tem boa memória do que pagou pelas missões de colonização e nas guerras para defender os negócios feitos em nome do Estado. Hoje enfrenta os incêndios com o apoio de aviões Russos, por solidariedade, que a União Europeia deixou de cultivar.


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Um século de história sob o controle imperial

Opinião

Brasil: Um século de história sob o controle imperial


25 DE AGOSTO DE 2016


A condição do Brasil é, apesar da sua riqueza incontestável e das conquistas a nível científico, artístico e técnico, de subdesenvolvimento. Permanece sujeito à exploração neocolonial como o foi na fase colonialista. E isto se deve a uma elite que circula pelo poder político subordinada ao domínio do sistema financeiro nacional e internacional. Não cabe uma análise moralista dos que intervêm na vida nacional, mas a imagem do país terá de ser ética, para ser respeitado como formador íntegro da cidadania.

Por Zillah Branco

Boas pessoas quando jovens, recusam uma dedicação patriótica que os animou quando ainda tinham sonhos de heroísmo em que entregavam a vida para defender a independência nacional e o desenvolvimento do seu povo, como se fosse expressão de fraqueza ou ingenuidade, coisas de criança. Justificam a mudança de rumo ideológico com o pretexto de que o momento é dos espertos para, depois, poderem caridosamente “ajudar os necessitados”. Despem a pesada capa de valores éticos que um dia vestiram e vendem a consciência e a alma, por atacado ou no varejo, a quem der mais. Passam, de uma “alucinação positiva para outra negativa”, referida por Flávio Aguiar (blog Boitempo).

Assim, ex-democratas que imitaram heróis de verdade, trocaram os objetivos pessoais e os princípios herdados que os obrigavam a ser íntegros, honestos, solidários, responsáveis e progressistas, pela perfídia, o desprezo autoritário, a crapulice, o prazer da traição, o gozo da maldade. Sentem-se, talvez, livres de um peso que os tornava gente comum. A meta é o poder que compra prazeres cobiçados.

É uma minoria, entre os que se agarram ao topo do muro, como se não participassem da traição visível. Esta segunda corja não se sente vendida, apenas mantêm os cargos de confiança com as regalias que as leis autorizam e esperam que a tempestade passe e que a inércia os proteja. Aceitam a acusação de “fracos”, pensando que merecem ajuda e compreensão.

Nada têm a ver com os que erraram e percebem que têm alguma responsabilidade no êxito dos traidores. “Só não erra quem não faz” e “errar é humano”, são velhos provérbios. Mas este respeito pelo direito a ter errado só vale para os que reconhecem o erro e procuram maneira de o corrigir. Perigosa é a aceitação passiva de “erros habituais”, abrindo um caminho permissivo sem volta. Quem procura justificações atirando os erros para outros, ou culpa alguém pela sua ignorância anterior, cai na situação dos fracos que se autodesculpam ou se promovem, por oportunismo.

Os que descobrem os erros e não se escondem merecem confiança, pois ajudam a revelar as falhas que aparecem com a transformação das condições sociais. E assim evolui a história, desvendando novas possibilidades de superação dos erros.

A história do Brasil é rica em heróis. Sem ultrapassar um século, vemos surgir a República destronando o monarca que, por ingenuidade popular e ignorância comandada, merecia confiança permitindo vagarosamente que fosse decretado o fim da escravidão e a expansão das ideias positivistas que abriram o caminho republicano e democrático. É verdade que a Primeira República foi dominada pelos senhores rurais e o fim da escravidão africana deveu-se também à pressão da Inglaterra. Tudo boa gente? Nem tanto.

As verdades começaram a ficar mais claras com o movimento tenentista, depois o sacrifício dos 18 do Forte de Copacabana, a seguir a Coluna Prestes que teve como dirigentes heroicos os jovens militares Luís Carlos Prestes, Miguel Costa, Siqueira Campos, mas também Eduardo Gomes e Juarez Távora e outros que seguiram depois por caminhos políticos ideologicamente contrários. Não traíram, apenas se divorciaram no desenrolar da história. Cada um dos heroicos dirigentes da Grande Marcha que desvendou a realidade vivida e sofrida, do sul ao norte do Brasil, pelo povo explorado e miserável, desenvolveu teorias diferentes para buscar corrigir os graves problemas nacionais.

“Não há solução possível para os problemas brasileiros dentro dos quadros legais vigentes. A questão não é de homens, mas de fatos, isto é, de sistema e de regime. Nenhum governo, mesmo animado das melhores intenções desse mundo, poderá, nos limites da legalidade normal, resolver os problemas nacionais em equação. A solução tem de vir de uma transformação radical em tudo, não apenas na superfície política, é preciso reorganizar o país sobre bases novas. É preciso criar novas bases econômicas e sociais de relações entre os homens que habitam e trabalham nesta grande terra. É preciso quebrar, resolutamente, as cadeias que oprimem o Brasil e impedem seu desenvolvimento ulterior, sua expansão fecunda e gloriosa.” (Luís Carlos Prestes, entrevistado no final da Grande Marcha por Astrogildo Pereira, 1928)

“Estas coisas ditas por Prestes têm uma importância fundamental. Elas mostram que a Revolução, para Prestes, não é um mero motim militar. Ela é um fenômeno social infinitamente mais complexo. Para resolver os problemas nacionais, a Revolução tem que ser um vasto e profundo movimento popular em que o elemento militar desempenhe o papel – já de si imenso – de dínamo propulsor. Evidentemente, movimento dessa natureza, assim amplo e difícil, não pode ser obra de um simples momento de exaltação. Ele exige, ao contrário, longa, paciente, laboriosa preparação. E a esta preparação, devem consagrar-se, coordenadamente, todas as forças progressistas do país.” (Astrogildo Pereira, transcrição da entrevista citada para o Jornal “Diário da Manhã” do Recife)

Eduardo Gomes e Juarez Távora lideraram partidos políticos que defendiam o sistema capitalista “humanizado” e eram admirados pela crescente burguesia nacional que ligava a oligarquia rural ao empresariado urbano animado pelo apoio da Inglaterra ou dos Estados Unidos sem ver que aquele povo miserável do Brasil profundo era cada vez mais explorado e afastado da condição de cidadãos brasileiros.

E assim seguiu a história do Brasil subdesenvolvido cobiçado pelo imperialismo por um caminho cheio de curvas até 1964 quando foi dado um golpe sob a cobertura dos militares. A repressão ditatorial promoveu a aproximação dos progressistas que levantaram uma bandeira “democrática”. Surgiu o Movimento Democrático Brasileiro, única porta aberta à esquerda pois os comunistas e todos os que agissem como militantes de uma causa socialista foram para a clandestinidade perseguidos, torturados ou mortos. Passaram-se 21 anos cinzentos que deram origem à formação de novos caminhos para a reconquista da liberdade de expressão. Os que se consideravam “democratas” e defendiam o neoliberalismo formaram os primeiros governos. O governo de FHC aproximou-se das forças dominantes definindo a direita nacional submissa ao poder financeiro internacional.

Com a formação do PT foram aglutinadas diferentes forças de esquerda que impulsionavam movimentos sociais e sindicatos operários, contando com iniciativas de setores da população que militam independentes de organizações partidárias junto a igrejas, universidades, associações várias. Lula é eleito com um programa contra a Fome que merece a admiração internacional, e pela integração popular cidadã com o apoio de partidos de várias tendências acobertadas pelo termo genérico da “social democracia”. O governo abre caminhos contraditórios entre si, desconhecendo a luta de classes que se agrava à medida em que a injusta distribuição de rendimentos sacrifica o atendimento social às camadas mais pobres, antes marginalizadas, e favorece a acumulação do capital da elite empresarial que põe em prática o sistema de corrupção, de promoção de privilégios salariais e impunidade judicial, fortalecidos pelo controle da mídia que funciona como um quarto poder no país. Aparentemente o Brasil é fortalecido pela autonomia na exploração das suas riquezas e na redução visível da miséria que assolava um terço da sua população, o que promove a ilusão de que estava livre das crises do sistema capitalista.

A linguagem política dos liberais altera-se à medida em que crescem as reivindicações, de base democrática e de respeito por categorias antes desprezadas – mulheres e trabalhadores – de modo a distanciar-se do discurso e dos partidos revolucionários. Aparentemente desaparece a luta entre classes e emerge uma classe média que tem como objetivo identificar-se com a alta burguesia a começar pela aparência e o comportamento modelado sob o comando da mídia. A indústria lança produtos de qualidade inferior com o desenho das marcas mais caras e investe na propaganda do “consumismo” como padrão de modernização. Este novo estrato social repudia os mais pobres e a consciência do proletariado que exerce a pressão para obter as conquistas da legislação do trabalho, e adere à ideologia liberal defendida pelo patronato. A democracia reduz-se, praticamente, ao combate à fome, às medidas corajosas de um Governo enfraquecido apoiado pelo povo, ao direito universal ao voto que é condicionado pelas campanhas eleitorais sob efeito de grandes somas de dinheiro, corrupção e a condução midiática sob o olhar cauteloso dos Estados Unidos dedicado a estraçalhar os países do Oriente Médio e da África onde vai buscar o petróleo com a parceria da União Europeia.

Paralelamente a nível mundial

As instituições de ensino superior e investigação científica, criadas ou apoiadas pelo imperialismo, aprofundaram os estudos do marxismo para poder combater o método dialético utilizado pelos revolucionários, com forte propaganda política embalada em linguagem democrática com sentido contrário. Com uma perspectiva de direita estudaram o marxismo e o percurso do socialismo realizado pela URSS e demais países revolucionários para se apropriarem dos êxitos incontestáveis da ideologia de esquerda tergiversando sobre os conceitos. Deram origem a novas interpretações teóricas que serviram de estímulo ao combate aos comunistas que referem a linguagem dos revolucionários do século XIX e início do XX quando o sistema socialista foi introduzido com a formação da União Soviética e os movimentos de libertação por ela apoiados em todo o planeta. Dessa maneira a direita apropriou-se da forma dos conceitos esvaziando do conteúdo revolucionário.

A Guerra Fria alcançou a sua meta antirrevolucionária depois de 70 anos de espionagem, terrorismo, fabuloso investimento em armas, invasões de países com movimentos de libertação em todo o planeta, formação de investigadores de todo o mundo para se apropriar do “know how” de todas os povos. Mas também com a apropriação de uma cultura que substitui a consciência da realidade social pela ambição pessoal de vencer a qualquer custo como fazem os animais selvagens facilmente controlados por sons e luzes que os encantam.

Como bem observam os chineses, agora que alcançaram o estatuto de grande potência e fazem sombra aos países mais desenvolvidos do sistema capitalista, hoje os que emigraram para estudar, deixando a sua produção científica nos países ricos, despertam para o necessário combate ao imperialismo e voltam atraídos pelas suas nações de origem em luta pelo desenvolvimento e com capacidade para aplicar as qualidades do sistema socialista em sociedades mais humanas e efetivamente democráticas. Deslumbrada com o brilho ofuscante do capitalismo fica uma população embrutecida sob o controle mecanizado do método antirrevolucionário para consumir qualquer novo produto que alimente a elite dominante (de que foi expoente máximo a sessão que aprovou o impeachment contra Dilma no Congresso Federal do Brasil).

O caminho foi aberto

A evolução se dá aos saltos e sofre retrocessos pontuais como os golpes que germinam na América Latina alimentados pela pressão de grupos contrarrevolucionários que alcançaram o controle de países ricos através da centralização de poder financeiro e domínio do chamado Mercado Livre no planeta. Os nichos criados pela política de direita reacionária aproveitam-se dos erros cometidos sob a pressão das necessárias alianças partidárias e usam os potenciais traidores da sua pátria mediante corrupção financeira e promoção institucional que são os pontos vulneráveis abertos pelo liberalismo, como assinalou Luis Carlos Prestes em 1928:

“É preciso quebrar, resolutamente, as cadeias que oprimem o Brasil e impedem seu desenvolvimento ulterior, sua expansão fecunda e gloriosa.”

E Astrogildo Pereira, que divulga este pensamento de Prestes, formula o caminho de luta:

“Para resolver os problemas nacionais, a Revolução tem que ser um vasto e profundo movimento popular (…) Evidentemente, movimento dessa natureza, assim amplo e difícil, não pode ser obra de um simples momento de exaltação. Ele exige, ao contrário, longa, paciente, laboriosa preparação. E à esta preparação, devem consagrar-se, coordenadamente, todas as forças progressistas do país.”

Lula assumiu, com êxito inegável, o papel heroico de líder popular ao ser eleito em 2002 por dezenas de milhões de brasileiros que repudiaram o programa neoliberal resultante, mais uma vez no Brasil, da combinação de tendências anti-ditatoriais apoiadas pelo vizinho imperialista que se considera dono do continente americano. O processo histórico desencadeado não se ateve às curtas rédeas do sistema capitalista vigente. Criou uma dinâmica para atender a grande massa popular com o produto do trabalho e das riquezas nacionais, o que levou a elite a abandonar a vestimenta democrática que envergara para contrastar com a ditadura falida.

Além de ser urgente a reconstrução da Nação – com a sua força produtiva voltada para o aproveitamento do patrimônio em benefício de uma população de mais de duzentos milhões de habitantes e do desenvolvimento das instituições sociais e de produção científica e artística, – impõe-se a reposição dos valores abandonados pelo sistema legislativo que mostrou a sua fragilidade na defesa do equilíbrio patriótico posto em causa por um ato golpista.



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Um século de história sob o controle imperial

Opinião

Brasil: Um século de história sob o controle imperial


25 DE AGOSTO DE 2016


A condição do Brasil é, apesar da sua riqueza incontestável e das conquistas a nível científico, artístico e técnico, de subdesenvolvimento. Permanece sujeito à exploração neocolonial como o foi na fase colonialista. E isto se deve a uma elite que circula pelo poder político subordinada ao domínio do sistema financeiro nacional e internacional. Não cabe uma análise moralista dos que intervêm na vida nacional, mas a imagem do país terá de ser ética, para ser respeitado como formador íntegro da cidadania.

Por Zillah Branco

Boas pessoas quando jovens, recusam uma dedicação patriótica que os animou quando ainda tinham sonhos de heroísmo em que entregavam a vida para defender a independência nacional e o desenvolvimento do seu povo, como se fosse expressão de fraqueza ou ingenuidade, coisas de criança. Justificam a mudança de rumo ideológico com o pretexto de que o momento é dos espertos para, depois, poderem caridosamente “ajudar os necessitados”. Despem a pesada capa de valores éticos que um dia vestiram e vendem a consciência e a alma, por atacado ou no varejo, a quem der mais. Passam, de uma “alucinação positiva para outra negativa”, referida por Flávio Aguiar (blog Boitempo).

Assim, ex-democratas que imitaram heróis de verdade, trocaram os objetivos pessoais e os princípios herdados que os obrigavam a ser íntegros, honestos, solidários, responsáveis e progressistas, pela perfídia, o desprezo autoritário, a crapulice, o prazer da traição, o gozo da maldade. Sentem-se, talvez, livres de um peso que os tornava gente comum. A meta é o poder que compra prazeres cobiçados.

É uma minoria, entre os que se agarram ao topo do muro, como se não participassem da traição visível. Esta segunda corja não se sente vendida, apenas mantêm os cargos de confiança com as regalias que as leis autorizam e esperam que a tempestade passe e que a inércia os proteja. Aceitam a acusação de “fracos”, pensando que merecem ajuda e compreensão.

Nada têm a ver com os que erraram e percebem que têm alguma responsabilidade no êxito dos traidores. “Só não erra quem não faz” e “errar é humano”, são velhos provérbios. Mas este respeito pelo direito a ter errado só vale para os que reconhecem o erro e procuram maneira de o corrigir. Perigosa é a aceitação passiva de “erros habituais”, abrindo um caminho permissivo sem volta. Quem procura justificações atirando os erros para outros, ou culpa alguém pela sua ignorância anterior, cai na situação dos fracos que se autodesculpam ou se promovem, por oportunismo.

Os que descobrem os erros e não se escondem merecem confiança, pois ajudam a revelar as falhas que aparecem com a transformação das condições sociais. E assim evolui a história, desvendando novas possibilidades de superação dos erros.

A história do Brasil é rica em heróis. Sem ultrapassar um século, vemos surgir a República destronando o monarca que, por ingenuidade popular e ignorância comandada, merecia confiança permitindo vagarosamente que fosse decretado o fim da escravidão e a expansão das ideias positivistas que abriram o caminho republicano e democrático. É verdade que a Primeira República foi dominada pelos senhores rurais e o fim da escravidão africana deveu-se também à pressão da Inglaterra. Tudo boa gente? Nem tanto.

As verdades começaram a ficar mais claras com o movimento tenentista, depois o sacrifício dos 18 do Forte de Copacabana, a seguir a Coluna Prestes que teve como dirigentes heroicos os jovens militares Luís Carlos Prestes, Miguel Costa, Siqueira Campos, mas também Eduardo Gomes e Juarez Távora e outros que seguiram depois por caminhos políticos ideologicamente contrários. Não traíram, apenas se divorciaram no desenrolar da história. Cada um dos heroicos dirigentes da Grande Marcha que desvendou a realidade vivida e sofrida, do sul ao norte do Brasil, pelo povo explorado e miserável, desenvolveu teorias diferentes para buscar corrigir os graves problemas nacionais.

“Não há solução possível para os problemas brasileiros dentro dos quadros legais vigentes. A questão não é de homens, mas de fatos, isto é, de sistema e de regime. Nenhum governo, mesmo animado das melhores intenções desse mundo, poderá, nos limites da legalidade normal, resolver os problemas nacionais em equação. A solução tem de vir de uma transformação radical em tudo, não apenas na superfície política, é preciso reorganizar o país sobre bases novas. É preciso criar novas bases econômicas e sociais de relações entre os homens que habitam e trabalham nesta grande terra. É preciso quebrar, resolutamente, as cadeias que oprimem o Brasil e impedem seu desenvolvimento ulterior, sua expansão fecunda e gloriosa.” (Luís Carlos Prestes, entrevistado no final da Grande Marcha por Astrogildo Pereira, 1928)

“Estas coisas ditas por Prestes têm uma importância fundamental. Elas mostram que a Revolução, para Prestes, não é um mero motim militar. Ela é um fenômeno social infinitamente mais complexo. Para resolver os problemas nacionais, a Revolução tem que ser um vasto e profundo movimento popular em que o elemento militar desempenhe o papel – já de si imenso – de dínamo propulsor. Evidentemente, movimento dessa natureza, assim amplo e difícil, não pode ser obra de um simples momento de exaltação. Ele exige, ao contrário, longa, paciente, laboriosa preparação. E a esta preparação, devem consagrar-se, coordenadamente, todas as forças progressistas do país.” (Astrogildo Pereira, transcrição da entrevista citada para o Jornal “Diário da Manhã” do Recife)

Eduardo Gomes e Juarez Távora lideraram partidos políticos que defendiam o sistema capitalista “humanizado” e eram admirados pela crescente burguesia nacional que ligava a oligarquia rural ao empresariado urbano animado pelo apoio da Inglaterra ou dos Estados Unidos sem ver que aquele povo miserável do Brasil profundo era cada vez mais explorado e afastado da condição de cidadãos brasileiros.

E assim seguiu a história do Brasil subdesenvolvido cobiçado pelo imperialismo por um caminho cheio de curvas até 1964 quando foi dado um golpe sob a cobertura dos militares. A repressão ditatorial promoveu a aproximação dos progressistas que levantaram uma bandeira “democrática”. Surgiu o Movimento Democrático Brasileiro, única porta aberta à esquerda pois os comunistas e todos os que agissem como militantes de uma causa socialista foram para a clandestinidade perseguidos, torturados ou mortos. Passaram-se 21 anos cinzentos que deram origem à formação de novos caminhos para a reconquista da liberdade de expressão. Os que se consideravam “democratas” e defendiam o neoliberalismo formaram os primeiros governos. O governo de FHC aproximou-se das forças dominantes definindo a direita nacional submissa ao poder financeiro internacional.

Com a formação do PT foram aglutinadas diferentes forças de esquerda que impulsionavam movimentos sociais e sindicatos operários, contando com iniciativas de setores da população que militam independentes de organizações partidárias junto a igrejas, universidades, associações várias. Lula é eleito com um programa contra a Fome que merece a admiração internacional, e pela integração popular cidadã com o apoio de partidos de várias tendências acobertadas pelo termo genérico da “social democracia”. O governo abre caminhos contraditórios entre si, desconhecendo a luta de classes que se agrava à medida em que a injusta distribuição de rendimentos sacrifica o atendimento social às camadas mais pobres, antes marginalizadas, e favorece a acumulação do capital da elite empresarial que põe em prática o sistema de corrupção, de promoção de privilégios salariais e impunidade judicial, fortalecidos pelo controle da mídia que funciona como um quarto poder no país. Aparentemente o Brasil é fortalecido pela autonomia na exploração das suas riquezas e na redução visível da miséria que assolava um terço da sua população, o que promove a ilusão de que estava livre das crises do sistema capitalista.

A linguagem política dos liberais altera-se à medida em que crescem as reivindicações, de base democrática e de respeito por categorias antes desprezadas – mulheres e trabalhadores – de modo a distanciar-se do discurso e dos partidos revolucionários. Aparentemente desaparece a luta entre classes e emerge uma classe média que tem como objetivo identificar-se com a alta burguesia a começar pela aparência e o comportamento modelado sob o comando da mídia. A indústria lança produtos de qualidade inferior com o desenho das marcas mais caras e investe na propaganda do “consumismo” como padrão de modernização. Este novo estrato social repudia os mais pobres e a consciência do proletariado que exerce a pressão para obter as conquistas da legislação do trabalho, e adere à ideologia liberal defendida pelo patronato. A democracia reduz-se, praticamente, ao combate à fome, às medidas corajosas de um Governo enfraquecido apoiado pelo povo, ao direito universal ao voto que é condicionado pelas campanhas eleitorais sob efeito de grandes somas de dinheiro, corrupção e a condução midiática sob o olhar cauteloso dos Estados Unidos dedicado a estraçalhar os países do Oriente Médio e da África onde vai buscar o petróleo com a parceria da União Europeia.

Paralelamente a nível mundial

As instituições de ensino superior e investigação científica, criadas ou apoiadas pelo imperialismo, aprofundaram os estudos do marxismo para poder combater o método dialético utilizado pelos revolucionários, com forte propaganda política embalada em linguagem democrática com sentido contrário. Com uma perspectiva de direita estudaram o marxismo e o percurso do socialismo realizado pela URSS e demais países revolucionários para se apropriarem dos êxitos incontestáveis da ideologia de esquerda tergiversando sobre os conceitos. Deram origem a novas interpretações teóricas que serviram de estímulo ao combate aos comunistas que referem a linguagem dos revolucionários do século XIX e início do XX quando o sistema socialista foi introduzido com a formação da União Soviética e os movimentos de libertação por ela apoiados em todo o planeta. Dessa maneira a direita apropriou-se da forma dos conceitos esvaziando do conteúdo revolucionário.

A Guerra Fria alcançou a sua meta antirrevolucionária depois de 70 anos de espionagem, terrorismo, fabuloso investimento em armas, invasões de países com movimentos de libertação em todo o planeta, formação de investigadores de todo o mundo para se apropriar do “know how” de todas os povos. Mas também com a apropriação de uma cultura que substitui a consciência da realidade social pela ambição pessoal de vencer a qualquer custo como fazem os animais selvagens facilmente controlados por sons e luzes que os encantam.

Como bem observam os chineses, agora que alcançaram o estatuto de grande potência e fazem sombra aos países mais desenvolvidos do sistema capitalista, hoje os que emigraram para estudar, deixando a sua produção científica nos países ricos, despertam para o necessário combate ao imperialismo e voltam atraídos pelas suas nações de origem em luta pelo desenvolvimento e com capacidade para aplicar as qualidades do sistema socialista em sociedades mais humanas e efetivamente democráticas. Deslumbrada com o brilho ofuscante do capitalismo fica uma população embrutecida sob o controle mecanizado do método antirrevolucionário para consumir qualquer novo produto que alimente a elite dominante (de que foi expoente máximo a sessão que aprovou o impeachment contra Dilma no Congresso Federal do Brasil).

O caminho foi aberto

A evolução se dá aos saltos e sofre retrocessos pontuais como os golpes que germinam na América Latina alimentados pela pressão de grupos contrarrevolucionários que alcançaram o controle de países ricos através da centralização de poder financeiro e domínio do chamado Mercado Livre no planeta. Os nichos criados pela política de direita reacionária aproveitam-se dos erros cometidos sob a pressão das necessárias alianças partidárias e usam os potenciais traidores da sua pátria mediante corrupção financeira e promoção institucional que são os pontos vulneráveis abertos pelo liberalismo, como assinalou Luis Carlos Prestes em 1928:

“É preciso quebrar, resolutamente, as cadeias que oprimem o Brasil e impedem seu desenvolvimento ulterior, sua expansão fecunda e gloriosa.”

E Astrogildo Pereira, que divulga este pensamento de Prestes, formula o caminho de luta:

“Para resolver os problemas nacionais, a Revolução tem que ser um vasto e profundo movimento popular (…) Evidentemente, movimento dessa natureza, assim amplo e difícil, não pode ser obra de um simples momento de exaltação. Ele exige, ao contrário, longa, paciente, laboriosa preparação. E à esta preparação, devem consagrar-se, coordenadamente, todas as forças progressistas do país.”

Lula assumiu, com êxito inegável, o papel heroico de líder popular ao ser eleito em 2002 por dezenas de milhões de brasileiros que repudiaram o programa neoliberal resultante, mais uma vez no Brasil, da combinação de tendências anti-ditatoriais apoiadas pelo vizinho imperialista que se considera dono do continente americano. O processo histórico desencadeado não se ateve às curtas rédeas do sistema capitalista vigente. Criou uma dinâmica para atender a grande massa popular com o produto do trabalho e das riquezas nacionais, o que levou a elite a abandonar a vestimenta democrática que envergara para contrastar com a ditadura falida.

Além de ser urgente a reconstrução da Nação – com a sua força produtiva voltada para o aproveitamento do patrimônio em benefício de uma população de mais de duzentos milhões de habitantes e do desenvolvimento das instituições sociais e de produção científica e artística, – impõe-se a reposição dos valores abandonados pelo sistema legislativo que mostrou a sua fragilidade na defesa do equilíbrio patriótico posto em causa por um ato golpista.



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sábado, 13 de agosto de 2016

Portugal vive dias de horror sob o fogo que invade casas, cultivos, oficinas artesanais, empresas industriais. Todos os concelhos, mas principalmente as regiões de centro e norte e a capital da Ilha da Madeira, a cidade do Funchal, estão com focos de fogo ativo. Os bombeiros já somam quatro mil e são poucos diante da magnitude da tragédia que aumenta e abre novos caminhos conduzida pelos fortes ventos e intenso calor do verão.

A polícia tem descoberto alguns responsáveis por "fogo posto". São pirômanos, alguns reincidentes, que revelam problemas psicológicos, comuns na nossa época de promoção de terrorismos, em que os grandes responsáveis pela administração pública escondem a sua responsabilidade social atrás de carências pessoais que não receberam o apoio médico ou educacional devidos. É fácil provocar o ódio entre os desesperados, apontando um que será o alvo da condenação. O ladrão esperto é o primeiro a gritar para pessoas distraidas: "pega o ladrão!" apontando um rumo imaginário por onde a multidão corre como gado, animada por suas tendências psicológicas de vingança.

Comparo este incêndio devastador em Portugal, pressionado permanentemente pela União Europeia para cortar as verbas orçamentárias e enriquecer os bancos onde o capital é acumulado nas mão de uma elite financeira, com a situação sofrida no Brasil, com o detonar do golpe por grandes corruptos "contra a corrupção sistêmica" atribuida políticamente à Presidente Dilma que tentava equilibrar um governo formado por forças antagônicas, algumas democráticas e outras oportunistas e corruptas.

Quem sofre e morre é o povo - os mais pobres, os que labutaram toda a vida e sobrevivem mal, os que conseguiram com muito trabalho e poupança construir uma casa e uma mini-empresa, os que são solidários e lutam contra a opressão, os bombeiros e militantes de esquerda que dão a vida por uma sociedade melhor e mais humanizada. Os grandes (ir)responsáveis pela organização das condições sociais e econômicas - os que acumulam o capital em benefício do seu próprio poder; as grandes empresas multinacionais que inventam mecanismos para que a poluição gerada por seus produtos não seja descoberta pelos fiscais do Estado; a mídia que divulga falsidades em defesa das elites e oculta a realidade que o povo enfrenta; os que gerem o mercado mundial controlando a riqueza de uns e a miséria da maioria; o poder imperial que invade países fragilizados para dominar as suas riquezas naturais; os políticos oportunistas e covardes que se oferecem para executar golpes ou "matar terroristas" em defesa dos interesses dos imperiais; enfim, os que têm o poder para organizar as sociedades mais humanizadas mas, ao contrário, destroem a capacidade popular de produzir para todos e acumulam o ouro como grandes ladrões assassinos.

Com a austeridade exigida pelos banqueiros da UE e FMI o povo português - que fez uma Revolução dos Cravos livrando-se de uma ditadura que esmagava países colonizados  e  a sua própria  população empobrecida, elevou a produção, criou empregos, atraiu os que haviam emigrado para sobreviverem, desenvolveu a saúde e o ensino públicos - foi traído por políticos que se diziam democratas (o filme "Fora Temer"?) mas na verdade eram submissos aos gananciosos do ouro, contrários à humanização da sociedade. O país viu-se diante do desemprego, os jovens emigraram deixando suas casas e seus idosos tomando conta de animais e cultivos; viu a produção nacional passar para mãos estrangeiras; os eucaliptos substituiram os carvalhos tradicionais e os pastos de grandes rebanhos de antes, por ser mais fácil vender para as grandes indústrias de papel de paises mais ricos; as aldeias históricas foram transformadas em atração para turistas e, assim, a vida rural portuguesa passou a ser cenário da indústria multinacional do turismo que é predadora e incapaz de manter a limpeza dos campos que no verão secam. 

O fogo queima o restolho, as ervas, as árvores, a produção agrícola, os animais doméstico e o gado, mata os idosos sem forças para manter a pequena produção, e anima os doentes mentais que anseiam por atividades que reunam o povo como em festas. 

Os bombeiros dão a vida, acompanhados pelos administradores dos serviços locais que não receberam o apoio financeiro para prevenir os incêndios, e os populares que tentam salvar pessoas e propriedades ou cultivos. Mas o vento empurra o fogo para todos os lados, como os donos do império capitalista fazem com os equipamentos militares que despejam bombas sobre populações indefesas.

Ao mesmo tempo milhares de fugitivos das guerras no Oriente Médio e Norte da África morrem afogados no mar Mediterrâneo ou no percurso a pé pelas fronteiras europeias em busca de ajuda pelos governos que mandaram a OTAN destruir os seus países.

O mundo hoje enfrenta um terrivel impasse: 

Acumulação do ouro ou uma sociedade humanizada. 
Q

Os povos sabem que para terem casas precisam construí-las e para comerem precisam cultivar e criar. Organizam-se com os vizinhos, ensinam as crianças a manterem o arranjo doméstico e a limpeza. Os que administram os serviços públicos zelam pelo abastecimento, pela segurança, pelo transporte, pelos cuidados de saúde e educação. O dinheiro penas serve para facilitar os cálculos do valor das coisas - produtos e trabalhos. É secundário diante da vontade e da inteligência humana.

O que será preciso acumular é a vontade de ajudar, a solidariedade, as boas idéias para resolver problemas e encaminhar soluções melhores. Só um povo autonomo e patriota, de um país independente e soberano, poderá vencer e criar a Justiça para assegurar um futuro humanizado.

Zillah Branco

Ódio e moralismo desviam o conhecimento dos erros

Portugal vive dias de horror sob o fogo que invade casas, cultivos, oficinas artesanais, empresas industriais. Todos os concelhos, mas principalmente as regiões de centro e norte e a capital da Ilha da Madeira, a cidade do Funchal, estão com focos de fogo ativo. Os bombeiros já somam quatro mil e são poucos diante da magnitude da tragédia que aumenta e abre novos caminhos conduzida pelos fortes ventos e intenso calor do verão.

A polícia tem descoberto alguns responsáveis por "fogo posto". São pirômanos, alguns reincidentes, que revelam problemas psicológicos, comuns na nossa época de promoção de terrorismos, em que os grandes responsáveis pela administração pública escondem a sua responsabilidade social atrás de carências pessoais que não receberam o apoio médico ou educacional devidos. É fácil provocar o ódio entre os desesperados, apontando um que será o alvo da condenação. O ladrão esperto é o primeiro a gritar para pessoas distraidas: "pega o ladrão!" apontando um rumo imaginário por onde a multidão corre como gado, animada por suas tendências psicológicas de vingança.

Comparo este incêndio devastador em Portugal, pressionado permanentemente pela União Europeia para cortar as verbas orçamentárias e enriquecer os bancos onde o capital é acumulado nas mão de uma elite financeira, com a situação sofrida no Brasil, com o detonar do golpe por grandes corruptos "contra a corrupção sistêmica" atribuida políticamente à Presidente Dilma que tentava equilibrar um governo formado por forças antagônicas, algumas democráticas e outras oportunistas e corruptas.

Quem sofre e morre é o povo - os mais pobres, os que labutaram toda a vida e sobrevivem mal, os que conseguiram com muito trabalho e poupança construir uma casa e uma mini-empresa, os que são solidários e lutam contra a opressão, os bombeiros e militantes de esquerda que dão a vida por uma sociedade melhor e mais humanizada. Os grandes (ir)responsáveis pela organização das condições sociais e econômicas - os que acumulam o capital em benefício do seu próprio poder; as grandes empresas multinacionais que inventam mecanismos para que a poluição gerada por seus produtos não seja descoberta pelos fiscais do Estado; a mídia que divulga falsidades em defesa das elites e oculta a realidade que o povo enfrenta; os que gerem o mercado mundial controlando a riqueza de uns e a miséria da maioria; o poder imperial que invade países fragilizados para dominar as suas riquezas naturais; os políticos oportunistas e covardes que se oferecem para executar golpes ou "matar terroristas" em defesa dos interesses dos imperiais; enfim, os que têm o poder para organizar as sociedades mais humanizadas mas, ao contrário, destroem a capacidade popular de produzir para todos e acumulam o ouro como grandes ladrões assassinos.

Com a austeridade exigida pelos banqueiros da UE e FMI o povo português - que fez uma Revolução dos Cravos livrando-se de uma ditadura que esmagava países colonizados  e  a sua própria  população empobrecida, elevou a produção, criou empregos, atraiu os que haviam emigrado para sobreviverem, desenvolveu a saúde e o ensino públicos - foi traído por políticos que se diziam democratas (o filme "Fora Temer"?) mas na verdade eram submissos aos gananciosos do ouro, contrários à humanização da sociedade. O país viu-se diante do desemprego, os jovens emigraram deixando suas casas e seus idosos tomando conta de animais e cultivos; viu a produção nacional passar para mãos estrangeiras; os eucaliptos substituiram os carvalhos tradicionais e os pastos de grandes rebanhos de antes, por ser mais fácil vender para as grandes indústrias de papel de paises mais ricos; as aldeias históricas foram transformadas em atração para turistas e, assim, a vida rural portuguesa passou a ser cenário da indústria multinacional do turismo que é predadora e incapaz de manter a limpeza dos campos que no verão secam.

O fogo queima o restolho, as ervas, as árvores, a produção agrícola, os animais doméstico e o gado, mata os idosos sem forças para manter a pequena produção, e anima os doentes mentais que anseiam por atividades que reunam o povo como em festas.

Os bombeiros dão a vida, acompanhados pelos administradores dos serviços locais que não receberam o apoio financeiro para prevenir os incêndios, e os populares que tentam salvar pessoas e propriedades ou cultivos. Mas o vento empurra o fogo para todos os lados, como os donos do império capitalista fazem com os equipamentos militares que despejam bombas sobre populações indefesas.

Ao mesmo tempo milhares de fugitivos das guerras no Oriente Médio e Norte da África morrem afogados no mar Mediterrâneo ou no percurso a pé pelas fronteiras europeias em busca de ajuda pelos governos que mandaram a OTAN destruir os seus países.

O mundo hoje enfrenta um terrivel impasse: UAcumulação do ouro ou uma sociedade humanizada.

Os povos sabem que para terem casas precisam construí-las e para comerem precisam cultivar e criar. Organizam-se com os vizinhos, ensinam as crianças a manterem o arranjo doméstico e a limpeza. Os que administram os serviços públicos zelam pelo abastecimento, pela segurança, pelo transporte, pelos cuidados de saúde e educação. O dinheiro penas serve para facilitar os cálculos do valor das coisas - produtos e trabalhos. É secundário diante da vontade e da inteligência humana.

O que será preciso acumular é a vontade de ajudar, a solidariedade, as boas idéias para resolver problemas e encaminhar soluções melhores. Só um povo autonomo e patriota, de um país independente e soberano, poderá vencer e criar a Justiça para assegurar um futuro humanizado.

Zillah Branco

terça-feira, 9 de agosto de 2016

FORA TEMER ! Apesar de você, o Brasil de amanhã será outra vez dos brasileiros

Apesar da história do subdesenvolvimento e da dependência econômica impostos pelo sistema de dominação política, dos vícios da elite permissiva e inconsequente que domina o Estado, da falta de ética ou de inteligência de uns quantos que, com seus diplomas comprados, chegaram ao poder, Lula abriu um caminho para que o povo pensante e trabalhador chegasse ao comando da nação através da razão e da cultura "pé-na-terra" que une a gente boa brasileira.


Não ha "pokemons" que imbecilizem quem nasceu livre, com idéias claras, com valor para trabalhar e sorrir, com força e entusiasmo para participar da luta pela democracia, ao lado de irmãos que, pelas suas diferenças, representam todo o planeta unificados pela integridade e a honra de patriotas verdadeiros. A judoca Rafaela Silva conquistou o ouro nas Olimpíadas tornando-se um simbolo dos brasileiros que carregam os problemas da pobreza, da vida em favelas, da cor dos escravos, do gênero das mães humilhadas, e vencem!

Os comunistas lutam em duas frentes simultaneamente: o combate ao golpe que representa a falta de patriotismo, de honra, de decência, de dignidade, de honestidade, de ética e a construção de uma semente para gerar as cidades humanas onde o DNA golpista não terá espaço porque o poder será dos que cultivam os princípios democráticos e o respeito pelos direitos humanos. O que se deseja é que os recursos do país sejam aplicados a favor do desenvolvimento da produção social e das melhores condições de vida dos brasileiros honrados e patriotas - com transporte, cuidados de saúde, ensino com educação e solidariedade, segurança pública e social, emprego e lazer livres da exploração de classe e da alienação mental que condena à subordinação dos cidadãos a um poder desumano e golpista.

"Amanhã será outro dia", apesar do golpe que uniu oportunistas que pegaram carona no processo democrático e falhados vendidos aos ambiciosos que espalham as guerras e o terrorismo pelo mundo, o Brasil demonstrará que a sua cultura é mais forte porque visa a humanização da sociedade com igualdade para os trabalhadores e suas famílias e não a acumulação do capital para satisfazer uma elite ambiciosa.

O amanhã está ligado ao combate ao golpismo de hoje. São passos de um mesmo processo que a história do Brasil registra através dos séculos. Antes surgiram heróis que deram a vida ao seu povo como exemplos a serem seguidos em defesa da liberdade, a igualdade e a fraternidade. Apesar do domínio capitalista que retira o poder aos povos para centralizar nas instituições financeiras dirigidas por uma elite corrupta e egoísta, o povo brasileiro absorveu das conquistas mundiais e do exemplo dos seus heróis a formação social humanista que se desenvolveu como filosofia, ciência e arte que hoje se manifesta nas Frentes de Luta que dominam as ruas das grandes cidades em todo o país.

Referimos como exemplo a judoca Rafaela Silva que ao viver tantos sacrifícios pessoais - vitima de privações de recursos, de preconceitos elitistas, de egoísmos de quem se julga superior, da ausência de justiça democrática na sociedade - descobriu a sua força indomável na luta bem conduzida. Assim faz o povo brasileiro que não permite a uma quadrilha de invasores a serviço de uma elite terrorista, roube a sua Pátria amada construída ha meio milênio por trabalhadores de tantas origens que não se vendem, a si e à sua cultura, à sua história, aos seus valores éticos, ao seu exemplo humano, por dinheiro nenhum. Lutam e vencem!

Não podemos continuar a perder tempo. Temos de nos preparar para a construção das cidades humanizadas com debates sérios sobre como produzir sem o esbanjamento da elite, sem a formação do mau caráter de golpistas, sem a infiltração de inimigos, sem os privilégios que impedem a justiça democrática, com o desenvolvimento da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Contaremos com o interesse e a solidariedade dos outros povos latinos-americanos e dos que, em todo o planeta, lutam pela paz e a democracia.

Fora golpistas! Viva a luta popular no Brasil!