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O IMPERIALISMO VAI NU
2018-11-16
Zillah Branco, especial para O Lado Oculto
O Imperialismo serviu-se, primeiro, da nação norte-americana. Ai forjava-se a democracia
entrosada com o desenvolvimento industrial. Mas a expansão do sistema capitalista privilegiou a propriedade privada dos bens de produção e do capital, o domínio da organização social para favorecer uma elite e explorar os trabalhadores, e o mercado interno e internacional para acumular os lucros.
Durante todo o século XX confundiu-se o Império com a nação que tem o nome
globalizante do continente, Estados Unidos da América - EUA. A partir da Segunda Grande Guerra, o Império pretendeu englobar sob o seu controlo os países da Europa. Foram os encontros em Bilderberg, onde o FMI "assessorou" o que veio a ser a Comunidade Económica Europeia - CEE. Mas já existia um bloco socialista, a União Soviética, que era contrário aos princípios individualistas do poder e da apropriação capitalista dos recursos sociais, que deveriam beneficiar democraticamente todo o povo. Diante da ameaça expansionista da Alemanha fascista, os "aliados" europeus e os EUA viram-se forçados a recorrer ao Exército Vermelho da URSS para vencer o inimigo, o que bloqueou a expansão imperialista que já se iniciara por via das relações financeiras e do mercado externo. A partir de então, os europeus decidiram criar uma organização dos Estados Unidos da Europa, a União Europeia - UE - capaz de defender os países capitalistas do continente diante da cobiça dos EUA enquanto império. Estavam unidos pelo mesmo sistema capitalista, mas independentes. Eram aliados e, para combater o socialismo que atraía todos os povos que se viam explorados e colonizados, e as forças de esquerda nos países europeus que despertavam o interesse dos que defendiam a classe oprimida nas suas nações, deram início à guerra fria para minar o sistema socialista. Consolidaram os laços que os unia ideologicamente contra o inimigo comum, mantendo-se independentes.
O comando das elites
Conseguiram na década de 90, fazendo uso das modernas tecnologias aplicadas à
comunicação social, exercer uma forte pressão sobre o comportamento e a formação mental das populações que acreditaram ter um sistema de ensino, saúde e previdência social justo, como preconizava o socialismo da URSS, além de uma legislação do trabalho, sem perceberem que tudo isso estava sob o controle do Estado com os orçamentos que a elite aprovava segundo os seus próprios interesses de classe. A comunicação social, servindo-se das palavras religiosas medievais que impunham a submissão dos mais pobres aos mais ricos, dos menos instruídos aos que podem fazer cursos superiores, convenceram os povos de que deveriam aceitar o comando das elites e as restrições impostas pelo Estado por elas dirigido, como uma fatalidade, recebendo os benefícios de um incipiente serviço social acompanhado por leis relativas ao trabalho, mas sempre e quando os patrões aprovavam Durante todo o século XX, os partidos de esquerda lutaram por conquistas graduais de benefícios sociais e as elites foram mudando a sua linguagem autoritária de "donos do poder" para parecerem democráticos e humanistas através de pequenas concessões que aliviam a miséria da classe explorada mas não permitem a sua ascensão social e económica de acordo com a sua capacidade de produção. Cresceram as diferenças entre os povos de países ricos e pobres, e dos considerados desenvolvidos e os subdesenvolvidos (que passaram a ser referidos como "em desenvolvimento", para disfarçar a miséria real). No entanto, tais cedências, mesmo pequenas, reduzem os lucros e ameaçam o poder que o sistema capitalista quer aumentado. E sem alcançar os lucros pretendidos, o sistema capitalista entrou em crise, os bancos faliram, as empresas financeiras decretaram falência levando de roldão as poupanças, fazendo com que uma classe média, de pequenos proprietários, perdesse o que guardara para a velhice.
Comunicação social e militarização
A contradição de um sistema planeado para aumentar o capital nas mãos de uma elite
com uma distribuição de rendimentos democrática, para promover o desenvolvimento das nações e satisfazer as necessidades do povo, é insuperável. Os impérios passaram a usar a força para destruir os Estados democráticos ou as forças políticas que resistem para que a crise não atinja os trabalhadores e suas famílias. Organizam não apenas os media hegemónicos para divulgar mentiras que convençam a população a sacrificar-se pelo país, mas forças militares e policiais para invadirem nações e provocarem o êxodo de milhões de refugiados (como foi feito pela NATO no Médio Oriente, em África e agora na América Latina - AL); ou, como tem acontecido nos países latino-americanos e africanos, ou na Indonésia, para invadirem residências, escolas, reprimirem manifestações populares. Financiam e estimulam a formação de grupos terroristas para desestabilizarem sociedades tranquilas e exercerem a prática de crimes, distribuição de drogas, exploração sexual, pedofilia, corrupção de funcionários do Estado e das empresas de serviços públicos. Criam uma cultura perniciosa que fomenta o egoísmo e a alienação social, multiplicam os filmes e shows com cenas de violência e falta de pudor que corrompem a educação familiar. Mais recentemente, passaram a implantar departamentos junto dos governos para assessorar o planeamento económico e social, formar os responsáveis pela segurança pública e estabelecer as condições para recuperar as finanças à custa da austeridade popular, abrindo às portas para a privatização da saúde e do ensino, enquanto reduzem os orçamentos dos sistema públicos, provocando desemprego, cortes salariais, de modo a minar as instituições democráticas responsáveis pelo Estado Social e o sistema judicial e de segurança nas nações que, assim, perdem a sua soberania e são desorganizadas por um caos social incontrolável.
"Assessorias" do FMI
Minam as instituições democráticas que ainda existem para poderem eleger, como
presidentes, pessoas incapazes e perversas que acabam com a justiça e impõem a ordem ditatorial, correspondendo ao desejo desesperado de eleitores insatisfeitos com a vida caótica, que é fomentado pelas "fake news" repetidas através da moderna tecnologia virtual manipulada pelos media globais e por religiões medievalistas. Hoje o imperialismo norte-americano utiliza abertamente as forças militares e de inteligência fiscal dos EUA nesses departamentos de "assessoria" aos governos fracos, ou envolvem os militares da Europa, através da NATO e de acordos com os países que pertencem à UE, para invadir países do Médio Oriente e de África; e provoca distúrbios nos vários continentes vitimados pelo subdesenvolvimento resultante da velha colonização europeia. Começa a oferecer, até aos governos de nações europeias, o sistema (usado junto aos países em desenvolvimento) de "assessoria" a partir do FBI, CIA, DEA, que ficam implantados como virus dentro dos Estados. A missão desses "assessores", dos apregoados "empreendedores", além de invadirem o sistema nacional é a de produzirem planos de desenvolvimento económico e social que imponham a dependência em relação ao Império, que vai usufruir da decadência implantada às nações de todo o mundo. Este é o pretendido remédio para a crise de um sistema falido - o caos globalizado. Este quadro foi desvendado no Brasil, onde um governo democrático como o do PT (Partido dos Trabalhadores), fez grandes transformações benéficas ao povo e ao desenvolvimento nacional criando condições para o seu fortalecimento a nível internacional, mas foi minado pelas "assessorias" norte-americanas que se infiltraram, como células cancerígenas, destruindo o tecido político do país, O modelo de presidente para servir a este nefasto papel de destruidor dos Estados modernos é o de uma personalidade paranóica, com ambição de poder absoluto, sem qualquer princípio ético e humanista, frio e calculista, servidor de um comando como bonecos de ventríloquos, absolutamente desumanizado. Assim são Trump nos EUA e Bolsonaro no Brasil, e outros que vão a caminho mas ainda têm algum antídoto europeu. |
Escrevo, comento, opino, analiso em busca de uma linguagem mais simples e direta, mais compreensível. Assumo as minhas idéias e gosto de discuti-las. Aceito as diferenças e recuso os preconceitos e o autoritarismo. Respeito a vida, a natureza, a humanidade, as culturas e as filosofias coerentes com a paz.
sábado, 17 de novembro de 2018
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